Mercados

Juros futuros terminam em alta por dólar e Treasuries

O ambiente externo de indicadores melhores nos EUA e piores na China fez com que o dólar ganhasse fôlego, inclusive no Brasil, o que provocou a virada dos juros


	Nem mesmo um novo leilão de swap cambial feito pelo Banco Central conteve o movimento altista da moeda dos EUA
 (Chip Somodevilla/Getty Images)

Nem mesmo um novo leilão de swap cambial feito pelo Banco Central conteve o movimento altista da moeda dos EUA (Chip Somodevilla/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 17h17.

São Paulo - A valorização do dólar e a alta das taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os chamados Treasuries, acabaram pesando mais que o aumento da taxa brasileira de desemprego sobre o mercado interno de juros.

As taxas dos contratos futuros terminaram a quarta-feira, 24, com leve alta nos vencimentos mais curtos e avanço consistente no longo prazo.

O desemprego em 6% em junho, quase no teto das estimativas, chegou a dar um viés de baixa para as taxas de juros. Mas o ambiente externo de indicadores melhores nos EUA e piores na China fez com que o dólar ganhasse fôlego, inclusive no Brasil, o que provocou a virada dos juros. Nem mesmo um novo leilão de swap cambial feito pelo Banco Central conteve o movimento altista da moeda dos EUA.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (apenas 5.445 contratos) estava em 8,435%, de 8,425% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2014 (108.885 contratos) marcava 8,76%, de 8,74%. O vencimento para janeiro de 2015 (261.450 contratos) indicava taxa de 9,34%, de 9,28% na véspera. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (227.830 contratos) apontava 10,36%, ante 10,23%, enquanto o DI para janeiro de 2023 (10.960 contratos) estava em 10,90%, de 10,75% no ajuste anterior.

Os movimentos de alta do dólar e, especialmente, dos juros longos ganharam força após a divulgação de dados dos EUA. O índice dos gerentes de compra (PMI) industrial subiu a 53,2 em julho - maior patamar em quatro meses -, de 51,9 em junho. As vendas de moradias novas, por sua vez, superaram com folga a previsão de alta de 1,8% em junho, ao crescer 8,3%. Outro dado que garantia o viés de alta para o dólar, principalmente em relação às moedas ligadas a commodities, foi o resultado preliminar do índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa, medido pelo HSBC, que ficou em 47,7 em julho. Abaixo de 50, o indicador aponta contração.

O Banco Central realizou, pouco depois do meio dia, leilão de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. A operação resultou na venda de 20 mil contratos, equivalentes a US$ 992,8 milhões. Ainda assim, o dólar à vista no balcão subiu 1,17%, cotado a R$ 2,2500.

No começo do dia, porém, os investidores olharam mais para o dado de emprego doméstico. A taxa de desemprego subiu para 6% em junho, de 5,8% em maio e 5,9% em junho de 2012, ficando perto do teto das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 6,10%. Foi a primeira alta em relação ao ano anterior desde agosto de 2009. A renda média real caiu 0,2% em junho ante maio, mas subiu 0,8% ante junho do ano passado, a R$ 1.896,20.

No meio da tarde, o Tesouro Nacional informou os números da dívida pública no mês passado. A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou alta de 2,6% em junho ante maio e atingiu R$ 1,935 trilhão. Já a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,94% e fechou o mês em R$ 1,894 trilhão, enquanto a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 3,88% menor, somando R$ 90,92 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Dólar comercialJurosTaxas

Mais de Mercados

Banco do Brasil tem lucro de R$ 9,5 bilhões no 3º tri, alta de 8%

Nubank supera consenso, com lucro de US$ 553 milhões no terceiro trimestre

Estrangeiros tiram mais de R$ 1 bi da B3 desde vitória de Donald Trump

Por que o guru dos mercados emergentes está otimista com novo governo Trump