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Juros: Futuros têm maior queda em 3 meses após ata do Copom

Segundo a ata, Banco Central poderá usar medidas macroprudenciais devido a um possível recuo da inflação no final do ano

Sede do Banco Central: ata do Copom levou à queda (Divulgação/Banco Central)

Sede do Banco Central: ata do Copom levou à queda (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 21h10.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros despencam, levando o contrato mais negociado à maior baixa em mais de três meses, depois que o Banco Central disse que a inflação deve recuar no final do ano e que pode reavaliar sua política, considerando o uso de mais medidas macroprudenciais.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 caía 18 pontos-base, para 12,37 por cento, às 12:05, a maior queda desde 3 de dezembro, enquanto a taxa de janeiro de 2013 caía 12 pontos, para 12,72 por cento.

Ao se considerar um cenário alternativo, de inflação acima da meta em 2011 e ligeiramente abaixo em 2012, e “as perspectivas de desaceleração da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, entre outros fatores a eventual introdução de ações macroprudenciais pode ensejar oportunidades para que a estratégia de política monetária seja reavaliada”, disse o BC na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária divulgada hoje.

O BC tem como meta inflação de 4,5 por cento, mais ou menos dois pontos percentuais. Na última reunião, realizada entre os dias 1 e 2 de março, o Copom elevou a taxa básica de juros em 50 pontos-base pelo segundo encontro seguido, para 11,75 por cento.

“O BC sugere mais uma vez que não está disposto a fazer um aperto tão forte quanto o mercado está pensando e, neste sentido, uma alta mais modesta na próxima reunião pode sentenciar o fim do ciclo de alta na Selic”, disse André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, de São Paulo, em entrevista por e-mail. “O BC apontou de forma clara que não vê necessidade para um aperto monetário maior”.

Inflação desacelera

O BC também disse na ata que, após uma alta nos dois próximos trimestres, a inflação pode se desacelerar no final do ano.
“A partir do quarto trimestre, o cenário central indica tendência declinante para a inflação acumulada em doze meses, ou seja, deslocando-se na direção da trajetória de metas”, disse o BC.

A inflação de 2012 pode ficar abaixo do centro da meta caso a taxa básica seja elevada para 12,5 por cento este ano e o câmbio fique estável, segundo a ata. A projeção de inflação de 2011 se elevou nos cenários de referência e de mercado e continua acima do centro da meta, segundo o documento.

“Diante de um quadro em que a ata mostra um cenário positivo, o BC pode até subir o juro em 0,25 ponto percentual, e não em 0,50 como o mercado vem esperando, sinalizando o fim do ciclo”, disse Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos DTVM, que administra R$ 20 bilhões, em entrevista por telefone de São Paulo. “A ata é extremamente dovish”.

A inflação ao consumidor se acelerou mais do que o esperado na primeira semana de março. O índice de preços ao consumidor semanal subiu 0,59 por cento até o dia 7, disse a Fundação Getúlio Vargas. Mediana das estimativas em pesquisa Bloomberg indicava alta de 0,54 por cento. A alta foi de 0,49 por cento no período anterior, até 28 de fevereiro.

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