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Juros futuros sobem por dólar alto e relatório Focus

Além do dólar, a piora das perspectivas de inflação trazida por pesquisa Focus e por discurso de Alexandre Tombini garantiu o viés de alta das taxas


	"Por mais que o presidente do BC diga que o repasse do câmbio na inflação é menor atualmente, esse dólar elevado contribui para pressionar os preços em um ambiente já deteriorado", afirmou fonte em referência às palavras recentes de Tombini
 (Antonio Cruz/ABr)

"Por mais que o presidente do BC diga que o repasse do câmbio na inflação é menor atualmente, esse dólar elevado contribui para pressionar os preços em um ambiente já deteriorado", afirmou fonte em referência às palavras recentes de Tombini (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 17h23.

São Paulo - Diante de indicadores e notícias com sinais divergentes, os juros futuros operaram sem direção uniforme nesta segunda-feira, 17, mas terminaram com avanço consistente e nas máximas, depois que o dólar acelerou a valorização diante do real. Nesta tarde, o BC anunciou um leilão para conter o avanço do dólar, o que também deve ter repercussões na sessão estendida de juros.

Além da moeda norte-americana, a piora das perspectivas de inflação trazida pela pesquisa Focus e o discurso mais duro do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, garantiram o viés de alta das taxas. Os juros longos chegaram a cair em alguns momentos do dia, com os investidores repercutindo a melhora do ambiente externo até o meio da tarde e adotando certa cautela antes do encontro de dois dias do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que começa na terça, 18.

Ao término da negociação normal na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em outubro de 2013 (183.065 contratos) estava em 8,43%, de 8,33% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (324.660 contratos) marcava máxima de 8,88%, ante 8,75% na sexta-feira, enquanto o vencimento para janeiro de 2015 (219.465 contratos) indicava taxa máxima de 9,82%, ante 9,57%. Na ponta mais longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 (126.335 contratos) apontava 10,69%, na máxima, ante 10,46% na sexta-feira, enquanto o DI para janeiro de 2021 (11.880 contratos) estava na máxima de 11,07%, de 10,88% do ajuste anterior. Os juros já embutem chance majoritária de a Selic subir 0,75 ponto porcentual no encontro de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), com a Selic terminando o ano na casa de 10%.

"Por mais que o presidente do BC diga que o repasse do câmbio na inflação é menor atualmente, esse dólar elevado contribui para pressionar os preços em um ambiente já deteriorado", afirmou a fonte em referência às palavras recentes de Tombini. Antes do anúncio da intervenção do BC, o dólar à vista no balcão terminou com alta de 1,31%, cotado a R$ 2,1720.

Segundo entrevista do presidente do BC, o impacto da desvalorização do real ante o dólar na inflação será tão menor quanto mais a taxa de câmbio for flutuante. Tombini também disse não ter orçamento nem limite para taxa de juros. Na terça, ele participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a partir das 14 horas.

O mercado também repercutiu o Boletim Focus. A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2013 voltou a subir, de 5,80% para 5,83%, de acordo com o levantamento divulgado pelo BC. Para 2014, a projeção seguiu em 5,80% pela quinta semana seguida. Além disso, o mercado elevou a expectativa para a taxa Selic em 2013 e 2014, de 8,75% para 9,00%.

No exterior, à tarde, algumas notícias minimizaram o otimismo dos investidores diante de dados melhores dos EUA conhecidos mais cedo. O G-8 disse que as perspectivas de recuperação da economia global continuam fracas e que os bancos centrais devem estabelecer políticas para suas próprias economias. Além disso, análise do jornal Financial Times afirma que o presidente do Fed, Ben Bernanke, deve sinalizar que a autoridade monetária está perto de reduzir as compras de bônus, apesar de mantê-la, por enquanto. Isso puxou os juros dos títulos da dívida dos EUA e também ajudou a elevar as taxas domésticas.

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