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Juros: Futuros sobem com dúvida sobre governo Dilma e IGP-M

Sâo Paulo - Os juros nos mercados futuros sobem na maioria dos contratos. O mercado reflete a incerteza sobre possíveis mudanças na condução da economia no governo de Dilma Rousseff. A prévia do índice de inflação da Fundação Getúlio Vargas divulgada hoje mostrou aceleração acima da expectativa. Às 10h46, a taxa do contrato de Depósito […]

A possível saída de Henrique Meirelles do Banco Central preocupa o mercado (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

A possível saída de Henrique Meirelles do Banco Central preocupa o mercado (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2010 às 10h26.

Sâo Paulo - Os juros nos mercados futuros sobem na maioria dos contratos. O mercado reflete a incerteza sobre possíveis mudanças na condução da economia no governo de Dilma Rousseff. A prévia do índice de inflação da Fundação Getúlio Vargas divulgada hoje mostrou aceleração acima da expectativa.

Às 10h46, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2011 subia 0,1 ponto-base, para 10,664 por cento, o DI de janeiro de 2012 tinha alta de 2 pontos-base, para 11,66 por cento e o contrato com vencimento em janeiro de 2021 subia 7 pontos-base, para 12,17 por cento.

“Estas notícias sobre mudanças geram incerteza, pois as indicações dadas pelo novo governo são contraditórias com seus objetivos”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets, quinta corretora em volume de negócios na BM&FBovespa.

O governo deve reduzir o superávit primário de 3,3 por cento para 3,1 por cento do Produto Interno Bruto em 2011, primeiro ano do novo governo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, que não disse como obteve as informações.

A redução do superávit será feita por projeto a ser enviado hoje ao Congresso e foi decidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após ele discutir a medida com a presidente eleita, de acordo com o jornal.

O governo deve retirar as contas da Centrais Elétricas Brasileiras SA das contas do superávit primário, disse o Estado.

Ainda segundo o jornal, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não deve permanecer no cargo se for negada a autonomia da instituição pela presidente Dilma. Há informações de que esta autonomia será tomada para levar o BC a baixar os juros, diz o Estado.

“Se o Meirelles sair o mercado vai por mais prêmio de risco nos juros porque verá a saída como possível redução da autonomia do BC”, disse Rostagono.

Segundo Rostagno, com a permanência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Fazenda, vai prevalecer uma “visão mais desenvolvimentista” no governo.

Desenvolvimentismo

O ministro da Fazenda Guido Mantega, de acordo com o jornal, será mantido no posto para reforçar o “desenvolvimentismo”. Esta postura, de acordo com o jornal, significa que o rigor fiscal não pode prejudicar o desenvolvimento.

O Índice Geral de Preços - Mercado saltou de 0,89 por cento na segunda prévia de outubro para 1,20 por cento na segunda prévia de novembro, acima da taxa estimada de 1 por cento.

“Os últimos índices de inflação tem vindo pressionados e há o receio de que a nova equipe econômica possa não ser tão combatativa”, disse Huang Kuo Seen, gestor de carteiras da Grau Gestão de Ativos

A coluna de renda fixa da Bloomberg mostra que os títulos da dívida interna brasileira acumulam a maior perda mensal desde maio. A queda é reflexo das especulações de que, com a aceleração da inflação, o Banco Central será forçado a subir os juros após a posse de Dilma Rousseff.

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