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Juros futuros recuam influenciados pelo dólar

Pela manhã, Alexandre Tombini e a presidente Dilma Rousseff falaram sobre economia, mas os discursos foram ignorados pelo aplicador em taxas


	Painel da Bovespa: no fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (112.675 contratos negociados) ficou em 8,86%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Painel da Bovespa: no fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (112.675 contratos negociados) ficou em 8,86% (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 17h08.

São Paulo - O recuo do dólar em relação ao real, em mais um dia de atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, abriu espaço para a queda das taxas dos contratos futuros de juros nesta sexta-feira. Pela manhã, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e a presidente Dilma Rousseff falaram sobre economia, mas os discursos foram ignorados pelo aplicador em taxas, em um pregão marcado por liquidez contida.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (112.675 contratos negociados) ficou em 8,86%, ante 8,87% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2015 (199.645 contratos) marcou 9,60%, ante 9,63% da véspera. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (155.505 contratos) tinha taxa de 10,77%, ante 10,82%, enquanto o vencimento para janeiro de 2021 (5.610 contratos) marcava 11,19%, ante 11,25%.

Mais cedo, durante seminário sobre riscos em São Paulo, o presidente do BC afirmou que "há claros sinais de que o processo de normalização das condições monetárias nos Estados Unidos já se iniciou". Mas o comentário passou em branco. "Não vimos nenhum movimento diferente das taxas dos DIs depois do discurso do Tombini, que foi neutro", comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. "Já a queda do dólar fez as taxas recuarem", acrescentou.

Mais uma vez o BC aproveitou o viés de baixa da moeda norte-americana ante o real, em função de novos dados divulgados pela China, para intensificar o movimento, por meio de leilão de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Bem-sucedido, o leilão manteve o dólar no território negativo - o que, na prática, significa menos pressão para a inflação doméstica e se traduz na baixa dos juros dos DIs.

O recuo, no entanto, foi contido, com os investidores pouco mudando as apostas para a Selic (a taxa básica de juros da economia) nos próximos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom).

"Mais para o fim de agosto, antes da reunião do Copom (em 27 e 28), a curva pode mostrar maior especulação, mas o 0,50 ponto porcentual de agora está dado. A dúvida é para as reuniões seguintes", comentou um profissional que prefere não se identificar.

Nesta manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,01% na primeira quadrissemana de agosto, após deflação de 0,13% em julho.

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