Bovespa: às 9h25, a taxa do contrato para janeiro de 2016 estava em 11,42% (Bloomberg News/Paulo Fidman)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 10h16.
São Paulo - Os juros futuros iniciaram a sessão em queda consistente nesta quinta-feira, 11. Pouco antes do início dos negócios, o Banco Central divulgou a ata da sua última reunião, onde adotou um tom mais ameno em relação à inflação e reforçou a percepção de atividade mais fraca.
Além disso, há pouco o IBGE divulgou o resultado das vendas do varejo em julho, que vieram bem pior do que o esperado.
Na ata, o Copom afirma que as projeções para o IPCA caíram nos cenários de referência e de mercado, mas permanecem acima da meta de 4,5%. O Comitê também retirou um trecho que falava da "resistência" de inflação no acumulado em 12 meses, apesar de ter usado o termo em outro contexto, citando especialmente a dinâmica de preços no setor de serviços.
Além disso, o texto diz que as taxas de crescimento da absorção interna e do PIB se alinharam, numa discreta referência à deterioração da economia.
Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, o fato de o Copom ter tirado da ata a expressão "neste momento", a exemplo do que já havia feito no comunicado informando da decisão de manter a Selic estável, sinaliza claramente que a estratégia agora é manter os juros estáveis nas próximas reuniões.
"A expressão 'neste momento' deixava a porta aberta para um possível aumento de juros. Agora eles diminuíram o tom sobre o cenário inflacionário", comenta. Ele aponta que a ata trouxe poucas mudanças em relação ao documento da reunião anterior, mas mostra que os dados ruins do PIB no segundo trimestre reduziram a preocupação em relação à inflação.
A ata mais "dovish" se somou aos dados fracos do varejo, o que derruba as taxas dos DIs. Às 9h25, a taxa do contrato para janeiro de 2016 estava em 11,42%, de 11,49%. O DI para janeiro de 2017 apontava 11,52%, de 11,60%. E o janeiro 21 indicava 11,39%, de 11,43%.
O IBGE divulgou nesta quinta-feira, 11, que as vendas do comércio varejista restrito caíram 1,1% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal.
O resultado ficou abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 0,60% até uma alta de 1,30%, com mediana positiva de 0,50%.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 0,8%, abaixo da mediana estimada de +1,15%.
Os juros futuros também se ajustam à pesquisa do Datafolha sobre a corrida presidencial divulgada na noite de ontem, que mostrou empate técnico entre presidente Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) em um eventual segundo turno. A correção na renda fixa só não é maior em função da alta do dólar. No horário acima, o dólar à vista no balcão subia 0,26%, a R$ 2,2960.