Mercados

Juros futuros oscilam em margens estreitas, após IBC-Br

Em relação aos dados domésticos, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central não deve alterar a precificação dos DIs

O IBC-Br consolida a avaliação de que a recuperação da atividade econômica brasileira no segundo trimestre ocorre com gradualismo (SXC.hu)

O IBC-Br consolida a avaliação de que a recuperação da atividade econômica brasileira no segundo trimestre ocorre com gradualismo (SXC.hu)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2012 às 11h10.

São Paulo - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,22% em abril ante março, com ajuste, um ritmo que confirmou a mediana dos prognósticos traçada pelo AE Projeções, que era de 0,20%. O dado consolida a avaliação de que a recuperação da atividade econômica brasileira no segundo trimestre ocorre com gradualismo, em um momento de parcimônia de investimentos e de prudência nos gastos das famílias. Mas o pânico diminuiu no exterior depois de relatos indicarem que os bancos centrais estão preparados para uma ação coordenada para fornecer liquidez caso a eleição grega provoque um caos. Já o BC da Inglaterra não esperou a eleição e já anunciou medidas.

Mas neste último dia útil antes das eleições na Grécia, a cautela impera. Às 10h32, o contrato futuro para janeiro de 2013 indicava 7,70%, nivelado ao patamar de ajuste. Entre os vencimentos mais longos da curva de juros futuros, o contrato para janeiro de 2021 indicava 10,24%, de 10,25% no ajuste.

Em relação aos dados domésticos, o IBC-BR não deve alterar a precificação dos DIs. "O resultado positivo de abril, sustentado pelo bom desempenho do consumo das famílias, conforme apontado pelas vendas no varejo, reforça nossa expectativa de uma retomada gradual mais à frente da atividade econômica", comentam os economistas do Bradesco. "(O dado está) em linha com as expectativas do mercado e continua sugerindo uma recuperação modesta da economia nesse 2º trimestre", comentou o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, para quem o dado não muda muito a precificação do mercado de corte da Selic de 0,50 ponto porcentual na próxima reunião do Copom no final de julho e a divisão das apostas entre uma redução adicional entre 0,25pp e 0,50pp no encontro de agosto.

O índice caiu 0,02% em abril, ante abril de 2011, sem ajuste. Foi a primeira queda nessa base desde setembro de 2009. Para reativar os investimentos, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar a criação de uma linha de crédito especial do BNDES para financiar investimentos. As recentes ações de incentivo do governo parecem já ter começado a surtir efeito. O mercado de caminhões, por exemplo, já deu sinais de recuperação, segundo apuraram Gustavo Porto, Daniela Amorim e Wladimir D'Andrade, em matéria publicada ontem na Agência Estado.

Em relação aos dados de preços do dia, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) ficou em 0,73% em junho, após avançar 1,01% em maio, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou colado à mediana das estimativas, que era de 0,74%.

No exterior, o sentimento dos investidores melhorou depois de relatos indicarem que os bancos centrais estão preparados para uma ação coordenada para fornecer liquidez se o resultado das eleições gregas levarem o mercado para o caos. Mas a Inglaterra já anunciou um plano que contempla duas principais medidas para fortalecer os bancos e tentar estimular o crédito para empresas e famílias. As projeções iniciais citam que as duas medidas equivalem a uma ajuda da ordem de 80 bilhões a 100 bilhões de libras esterlinas.

"Para ser bem sucedida, a medida precisa estimular o empréstimos, ou se tornaria apenas uma ajuda para a ampliação da margem de lucro nos financiamentos normais. (As medidas) têm como pressuposto que o problema está na oferta de crédito. Mas há boas razões, como as taxas já baixas de juros e os fortes balanços corporativos, para suspeitarmos o problema mais agudo está na demanda", comenta o estrategista de moeda para mercados emergentes do Brown Brothers Harriman, Win Thin.

Acompanhe tudo sobre:Indicadores econômicosJurosPIB

Mais de Mercados

DiDi registra lucro de 1,7 bilhão de yuans no 3º trimestre de 2024

Novo patamar: até onde vai a disparada do dólar contra o real?

Real foi oitava moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar em 2024, diz Austin Rating

Pacote fiscal terá um impacto total de R$ 46 bilhões em dois anos, estima BTG Pactual