Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato de DI para abril de 2014 (27.800 contratos) estava em 10,13% (BM&FBovespa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2014 às 16h32.
São Paulo - Os juros futuros oscilaram no início da tarde desta sexta-feira, 03, em reação ao anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo central (União, Banco Central e Previdência) cumpriu com uma folga em torno de R$ 2 bilhões a meta para o resultado primário de 2013.
As taxas dos DIs, que até então estavam em queda na BM&FBovespa, desaceleraram as perdas e encostaram nos ajustes após o ministro não responder qual seria a meta para o superávit primário em 2014.
As incertezas em torno da política fiscal em ano de eleições trouxeram de volta as preocupações para as mesas de operação de bancos e corretoras e puxaram para cima juros e dólar.
O movimento, no entanto, perdeu força próximo do fechamento, com as taxas encerrando o dia em queda modesta, alinhado ao dólar e aos Treasuries (títulos) norte-americanos. Os ativos externos se moveram com declarações de dirigentes do Federal Reserve.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato de DI para abril de 2014 (27.800 contratos) estava em 10,13%, igual ao ajuste de ontem.
A taxa do DI para janeiro de 2015 (137.495 contratos) marcava 10,54%, de 10,57% no ajuste anterior. Na ponta mais longa da curva a termo de juros, o DI para janeiro de 2017 (132.950 contratos) apontava 12,31%, de 12,35% na véspera. O DI para janeiro de 2021 (6.725 contratos) indicava taxa de 13,07%, ante 13,09% no ajuste anterior.
Mantega convocou a imprensa para dizer que o governo central fez um superávit primário de cerca de R$ 14 bilhões em dezembro, o que resultou em cerca de R$ 75 bilhões no ano, acima da meta de R$ 73 bilhões. "Queria começar o ano dando boas notícias do ponto de vista fiscal.
O governo central cumpriu o compromisso de fazer um superávit primário acima de R$ 73 bilhões para o ano de 2013", afirmou, ressaltando que os dados ainda podem sofrer ajustes até o fim do mês, quando saem os números finais.
Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, no entanto, o cumprimento da meta em 2013 não muda em nada o risco de um rebaixamento de rating do Brasil.
Mantega também não apresentou os números esperados para as contas públicas em 2014, o que desagradou os investidores. Após a apresentação do ministro, os juros futuros desaceleraram a queda vista mais cedo e abriram a tarde perto dos ajustes de ontem.
Na sequência, no entanto, as bolsas de Nova York perderam força e o dólar acentuou os ganhos frente ao euro após as declarações do presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Charles Plosser.
Ele alertou que o Federal Reserve enfrenta desafios sérios no que diz respeito a encerrar sua política monetária acomodatícia e pode ter de elevar as taxas de juros mais rapidamente que o esperado.
Já o presidente do Federal Reserve de Richmond, Jeffrey Lacker, disse que o banco central tomou a decisão certa no mês passado, quando optou por reduzir o ritmo das suas compras mensais de bônus.
As declarações provocaram um movimento de fuga do risco, com queda das bolsas e busca pelas Treasuries mais longas, o que derrubou o yield da T-Note de 10 anos para abaixo dos 3%, puxando também os juros domésticos.
A moeda norte-americana, que chegou a atingir a máxima intraday, de R$ 2,3880 (-0,08%), fechou com cotação à vista mais fraca, em R$ 2,3770 (-0,54%).