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Juros futuros fecham perto da estabilidade

O viés de baixa visto pela manhã não se sustentou durante a tarde, sendo que operadores e analistas voltaram a citar certa cautela antes da divulgação do documento


	A Fipe informou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou uma deflação de 0,18% na terceira quadrissemana de março
 (Samuel Kubani/AFP)

A Fipe informou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou uma deflação de 0,18% na terceira quadrissemana de março (Samuel Kubani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2013 às 17h23.

São Paulo - Pelo segundo dia seguido, as taxas dos contratos futuros de juros encerraram a sessão muito próximas dos ajustes da véspera, com os investidores à espera do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, que sai na quinta-feira.

O viés de baixa visto pela manhã não se sustentou durante a tarde, sendo que operadores e analistas voltaram a citar certa cautela antes da divulgação do documento. "Da mesma forma que pela manhã não havia tantos motivos para a queda das taxas, à tarde nada justificou muito o retorno aos ajustes de segunda-feira", comentou um profissional à Agência Estado.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 (318.905 contratos negociados) estava em 7,17%, ante 7,15% do ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2014 (285.150 contratos) marcava 7,79%, ante 7,78% do ajuste, enquanto o vencimento para janeiro de 2015 (132.900 contratos) tinha taxa de 8,52%, ante 8,50% do ajuste. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (133.270 contratos) marcava 9,33%, igual ao ajuste, enquanto o vencimento para janeiro de 2021 (13.410 contratos) tinha taxa de 9,86%, também igual ao ajuste anterior.

Pela manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou uma deflação de 0,18% na terceira quadrissemana de março.

Na leitura anterior, o índice apontava deflação de 0,11%. O resultado ficou dentro do intervalo das previsões de 14 instituições pesquisadas pela Agência Estado, que apontavam que o índice poderia ficar entre -0,15% e -0,25%, com mediana em -0,19%.


Já a FGV informou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou para 105,0 pontos em março, o que representa uma queda de 1,5% na comparação com os 106,6 pontos de fevereiro, na série com ajuste sazonal. Em fevereiro ante janeiro, o índice havia subido 0,1%. Na comparação de março deste ano com igual mês do ano passado, o ICI apresentou alta de 2,1%, sem ajuste sazonal.

Esta queda do ICI favoreceu as baixas das taxas dos DIs pela manhã, em meio à expectativa com a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação. Mais cedo, o Banco Central divulgou ainda dados de operações de crédito referentes a fevereiro.

De acordo com a instituição, o estoque de crédito cresceu 0,7% em fevereiro ante janeiro, para R$ 2,383 trilhões, enquanto a inadimplência média no crédito livre teve leve queda de 5,7% para 5,6%. Os dados de crédito, no entanto, não influenciaram de forma decisiva o movimento dos DIs nesta terça-feira.

À tarde, conforme outro profissional ouvido pela reportagem, a curva a termo precificava alta de 10 pontos-base da Selic em abril e aumento de 28 pontos-base em maio. Na prática, isso indica divisão das apostas de investidores entre estabilidade e alta de 0,25 ponto porcentual para abril, com predominância da primeira hipótese.

No caso da reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), os investidores seguem firmes nas apostas de que haverá um aumento de pelo menos 0,25 ponto porcentual da Selic, atualmente em 7,25% ao ano. O Relatório Trimestral de Inflação será um ingrediente importante para as avaliações a partir de quinta-feira.

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