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Juros futuros fecham em baixa após aprovação de impeachment

Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, boa parte das taxas a partir de 2018 estava abaixo de 13%


	BM&FBovespa: queda só não foi maior por causa do avanço do dólar
 (Nacho Doce/Reuters)

BM&FBovespa: queda só não foi maior por causa do avanço do dólar (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 17h18.

São Paulo - Apesar de a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados já ter sido, em boa medida, precificada na curva de juros na semana passada, houve espaço nesta segunda-feira, 18, para mais uma rodada de devolução de prêmios nas taxas futuras em reação à votação de ontem.

Com isso os juros, principalmente com vencimento no longo prazo, fecharam em queda, que só não foi maior por causa do avanço do dólar.

Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, boa parte das taxas a partir de 2018 estava abaixo de 13%.

As com vencimentos anteriores a esse ano tiveram oscilação mais limitada em razão das expectativas majoritárias de manutenção da Selic no curto prazo, em linha com o discurso recente do Banco Central (BC).

O DI com vencimento em janeiro de 2017 exibia taxa de 13,480%, de 13,60% no ajuste da sexta-feira. O DI para janeiro de 2018, cujo ajuste anterior era de 12,96%, estava em 12,82%. O DI janeiro de 2021 caiu de 13,04% para 12,86%.

Após a aprovação do processo de impeachment na Câmara, o mercado dá como certo que a matéria passa também no Senado, onde já chegou hoje.

Levantamento realizado pelo Grupo Estado mostra que na Casa, nesta tarde, havia 46 senadores a favor do impedimento e 21 contra.

Outros 9 ainda não haviam respondido e 5 estavam indecisos. A abertura de processo precisa ter a aprovação de 41 dos 81 parlamentares.

Segundo fontes da área de renda fixa, nas mesas de operação crescem as especulações em torno de quem vai compor um eventual governo Michel Temer, principalmente quem vai comandar o Ministério da Fazenda e o BC.

Um dos nomes preferidos do investidor para a pasta é o do ex-presidente do BC Henrique Meirelles.

Em apresentação hoje em evento da Câmara de Comércio Brasil e Estados Unidos, ele defendeu a necessidade de reduzir a carga tributária, reformas para melhorar a produtividade e o ambiente de negócios e mencionou ainda a necessidade de independência do Banco Central.

Meirelles evitou comentar sobre sua ida para um governo de Temer, mas não negou que tenha sido convidado para voltar para Brasília. "Eu não comento conversas privadas. Tudo aquilo que é público é anunciado. Tudo que não é público, é privado", disse a jornalistas.

Ainda segundo operadores, a queda dos juros só não foi mais forte porque o dólar esteve na direção oposta, reagindo ao leilão de swap cambial reverso do BC, ao petróleo em queda e a uma realização de lucros após o mercado já ter precificado a aprovação do impeachment na Câmara. Perto das 16h30, o dólar à vista subia 1,94%, a R$ 3,5943.

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