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Juros futuros contrariam lógica e devolvem prêmios

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI de janeiro de 2012 estava em 11,135%, de 11,14% no ajuste

A Bolsa completa neste ano 10 anos de seu programa de popularização, ajudando agora o pequeno investidor (Germano Lüders/EXAME)

A Bolsa completa neste ano 10 anos de seu programa de popularização, ajudando agora o pequeno investidor (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2011 às 17h05.

São Paulo - O investidor em juros futuros resolveu contrariar a lógica por mais um dia. Ontem, quando as bolsas e as commodities caíam em todo o mundo, as taxas projetadas pelos DIs subiram embasadas em rumores de que o Banco Central seria conservador no corte de juros. Hoje, com o mercado acionário e as matérias-primas em forte recuperação, devido à expectativa de recapitalização do sistema financeiro europeu, houve devolução de prêmios em toda a curva a termo.

Ou seja, parece que o rumor sobre a moderação por parte da autoridade monetária não está sendo levado tão a sério pelo mercado. Além disso, o recuo do dólar ajudou a minimizar o avanço das commodities em reais.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (127.750 contratos) estava em 11,135%, de 11,14% no ajuste. A taxa do contrato para janeiro de 2013 indicava 10,22%, de 10,27% no ajuste, com giro de 243.265 contratos, enquanto o DI janeiro de 2014 (73.630 contratos) cedia para 10,51%, de 10,57% ontem. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (33.300 contratos) recuava para 11,12%, de 11,20% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2021 (1.295 contratos) apontava 11,14%, de 11,24% no ajuste.

Um operador lembra que o mercado está muito volátil e que os fundamentos, invariavelmente, têm sido esquecidos desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), "quando as autoridades também parecem ter deixado de lado os indicadores correntes e as expectativas do mercado".

Nada mais explica o movimento dos juros futuros hoje. O índice de preços de commodities (IC-BR) subiu 7,83%. A alta apaga o efeito benéfico que o índice acumulava até agosto (-2,12%) e gera um resultado positivo acumulado no ano de 5,54%. O IPP, por sua vez, subiu de 0,03% em julho para 0,20% em agosto.


No exterior, o otimismo veio de sinalizações de que as autoridades europeias estão trabalhando em cima de uma recapitalização do sistema financeiro da região. Em Bruxelas, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a recapitalização de alguns bancos europeus e a mudança no tratado da União Europeia são tópicos justos para discussão. Também disse que os países da zona do euro poderão recorrer à Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF) para recapitalizar os bancos caso não tenham capacidade para fazer isso sozinhos.

Em meio a esse quadro, as commodities tiveram ganhos. O petróleo WTI para novembro avançou 5,30%, a US$ 79,68 por barril na Nymex. O contrato de cobre para três meses na London Metal Exchange (LME) teve alta de 0,29%. O índice CRB (Commodity Research Bureau), por sua vez, subiu 1,87%. O dólar no balcão, porém, caiu 2,81%, a R$ 1,8360, minimizando o avanço das matérias-primas em reais.

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