Perto das 9h40, os juros projetados nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados na BM&FBovespa ensaiavam uma alta, em movimento técnico, revertendo parte da queda da véspera (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2013 às 10h53.
São Paulo - Os juros futuros iniciaram a quarta-feira perto da estabilidade, carentes de um vetor que possa determinar uma direção para os negócios, até o momento.
Na terça-feira (02), as taxas caíram após o fraco resultado da produção industrial em fevereiro sugerir adiamento de uma eventual alta da Selic e a despeito de declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Nesta quarta-feira, a agenda doméstica é mais fraca.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado mais cedo, registrou deflação pouco maior que o esperado em março, mas esse resultado não inspira grandes ajustes nas apostas para a taxa básica de juros.
Há pouco, perto das 9h40, os juros projetados nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados na BM&FBovespa ensaiavam uma alta, em movimento técnico, revertendo parte da queda da véspera.
O contrato para julho de 2013 projetava 7,18%, ante 7,17% no ajuste de terça-feira (02). O contrato para janeiro de 2014 marcava 7,76%, de 7,75% na véspera. O DI com vencimento em janeiro de 2015 apontava 8,48%, na máxima, de 8,44%, e o DI com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 9,34%, de 9,29% no ajuste anterior.
Para o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, a sessão de hoje deve ser mais "parada". "O IPC não faz muito preço", avaliou, acrescentando que possíveis altas da Selic já estão "bem precificadas na curva a termo, a partir de maio".
"Na falta de indicador local relevante, o dia deve ser neutro e o mercado vai esperar o IPCA de março (10 de abril) para novos ajustes, até porque Tombini deu ênfase ao dado ontem, no Senado", disse. "Se vier muito acima do esperado, talvez o mercado antecipe uma alta da Selic para abril", completou Petrassi.
O IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo, caiu 0,17% em março, após subir 0,22% em fevereiro.
A queda foi pouco maior que a mediana das estimativas dos economistas consultados pelo AE Projeções, de -0,15%, encontrada com base em um intervalo que ia de -0,10% a -0,28%. Na terceira quadrissemana, o IPC havia registrado deflação de -0,18%. No indicador, Alimentação acelerou a alta de 0,34% em fevereiro para 0,77% no fechamento de março.
A confiança do empresário do comércio, por sua vez, caiu 2,3% no trimestre encerrado no mês passado, ante o mesmo período de 2012, na terceira piora consecutiva do indicador, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No trimestre encerrado em fevereiro, o índice que mede o sentimento havia marcado -0,9%, na mesma base de comparação.
Também nesta manhã, o Diário Oficial da União trouxe a informação de que a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que desonera a folha de pagamento de vários setores da economia.
Agora, empresas deixarão de recolher os 20% da contribuição previdenciária e passarão a pagar de 1% a 2% sobre o faturamento. Porém, a medida não abrange todos os setores inicialmente previstos.
Dilma sancionou ainda lei alterando as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2013. Com as mudanças, a meta de superávit primário deste ano poderá ser reduzida em até R$ 65,2 bilhões, por causa de investimentos prioritários do governo, como obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias.
A agenda do dia prevê ainda dados do Banco Central sobre o fluxo cambial e o Índice Commodities Brasil (IC-Br), ambos referentes ao mês de março.