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Juros ficam de lado, esperando efeito da energia no IPCA

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava na máxima de 7,31%

Bovespa (Germano Lüders/EXAME.com)

Bovespa (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 17h23.

São Paulo - As taxas futuras de juros intermediárias e longas até ameaçaram dar início a uma queda mais consistente, em reação ao detalhamento do programa que visa reduzir o preço da energia a partir de 2013, mas terminaram perto da estabilidade nesta terça-feira. A presidente Dilma Rousseff confirmou que as quedas serão de 16,2% para os consumidores e de um intervalo de 19% a 28% para as empresas. E o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estimou um efeito desinflacionário de 0,50 ponto porcentual a 1 ponto porcentual no IPCA. Mas a expectativa positiva sobre a aprovação do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) pelos alemães e sobre o anúncio de medidas por parte do Federal Reserve, juntamente com indicadores antecedentes domésticos sinalizando uma retomada da indústria, acabaram anulando o efeito do pacote sobre as taxas de juros.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (181.720 contratos) estava na máxima de 7,31%, ante 7,30% no ajuste. Já a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (170.425 contratos) marcava 7,79%, ante 7,81% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (30.905 contratos) indicava mínima de 9,11%, ante 9,13% na véspera. O DI janeiro de 2021, com giro de 2.840 contratos, apontava 9,67%, de 9,69% no ajuste anterior.

Parte da reação comedida do mercado se deve a condicionantes sobre o pacote do governo. O diretor da Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, ponderou que só uma queda de 7% no custo da energia está garantida. O número refere-se à redução dos encargos setoriais nas contas de luz. Os outros 13,2% da redução média do custo estimada em 20,2% derivará da renovação das concessões. Ou seja, depende da aceitação de novas tarifas por parte das empresas que terão suas concessões renovadas.


Além disso, há outros vetores limitantes, como os indicadores que apontam uma recuperação mais consistente da produção industrial em agosto. Na segunda-feira a Tendências Consultoria, que calcula o Índice da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), informou que a passagem de veículos pesados pelas praças de pedágios apontou um crescimento de 4,4% em agosto ante julho. Nesta terça-feira a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) mostrou que as vendas de papelão ondulado totalizaram 300.506 toneladas em agosto, segundo dados preliminares. O volume representa um aumento de 9,61% ante julho.

Ainda no âmbito doméstico, o IGP-M subiu 0,59% na primeira prévia de setembro, após apresentar aumento mais intenso, de 1,21%, em igual prévia do mês passado. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPA-M, um dos três componentes do índice, teve alta de 0,75% na primeira prévia, ante 1,73% na primeira prévia de agosto.

Mas outros vetores limitantes para a queda das taxas futuras vieram dos exterior. Na Europa, a perspectiva é de que o Tribunal Constitucional da Alemanha decida pela legalidade do ESM, o fundo de resgate permanente da zona do euro. Enquanto isso, nos EUA, a espera é por estímulos do Fed, na quinta-feira.

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