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Juros fecham em alta com atenção a cenário interno

Ganho do dólar e pressão do IPC levaram taxas a subir, mas ganhos foram limitados pelo PIB dos EUA

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 16h09.

São Paulo - As taxas futuras de juros tiveram um dia de grande volatilidade, em meio a indicadores do Brasil e do exterior, além de declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de um novo leilão de venda de dólar com compromisso de recompra feito pelo Banco Central (BC). À tarde, porém, os vencimentos mais curtos se firmaram em leve alta, enquanto os logos subiram com um pouco mais de força.

O comportamento foi garantido pelo leve ganho do dólar, pela pressão do IPC dentro do IGP-M, pelo reajuste da gasolina e pelo resultado fiscal abaixo do esperado, a despeito das "manobras" feitas pelo governo. O fraco desempenho do PIB norte-americano, por outro lado, ajudou a impedir um avanço maior das taxas de juros.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa para outubro de 2013 (14.755 contratos) estava em 7,11%, nivelada ao ajuste. O contrato para janeiro de 2014 (153.900 contratos) marcava taxa de 7,20%, ante 7,19% na véspera. O DI para janeiro de 2015 (420.335 contratos) indicava máxima de 7,91%, ante 7,87% no ajuste. Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (208.805 contratos) tinha taxa de 8,83%, ante 8,76% na terça-feira, e o DI para janeiro de 2021 (7.765 contratos) apontava máxima de 9,56%, ante 9,48% no ajuste.

Nesta manhã, durante discurso no encontro com novos prefeitos em Brasília, o ministro da Fazenda disse que o câmbio é flutuante e não serve como instrumento para baixar preços. Mantega negou que o governo federal tenha alterado a política cambial e afirmou ainda que o câmbio "não é instrumento de política monetária". "O único instrumento de política monetária para baixar preços são os juros, e outros mecanismos que o Banco Central pratica", completou. Mantega afirmou que se o BC precisar subir o juro básico da economia, não será uma "sangria desatada".

As declarações puxaram o dólar para cima e a moeda chegou a tocar em R$ 2,00, provocando também reação de alta nos juros. Logo depois, no entanto, o Banco Central anunciou um leilão de linha de dólar - venda com compromisso de recompra - que esfriou o avanço da divisa dos Estados Unidos. Na percepção de um profissional da área de renda fixa, a fala do ministro mostra que ele também enxerga o comportamento inflacionário com preocupação, mas que ainda não há consenso junto ao BC sobre a melhor forma de conter os preços.


Mais cedo, a autoridade monetária anunciou que o superávit primário do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais - exceto Petrobras e Eletrobras) registrado no acumulado de 2012 foi de R$ 104,951 bilhões (ou 2,38% do PIB).

Já o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro, divulgado logo cedo pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,34%. A taxa ficou praticamente na mediana das previsões, de 0,33%. Mas o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) que compõe o indicador apresentou alta de 0,98% no fechamento de janeiro, depois de registrar elevação de 0,73% no mês anterior. Em meio a isso, há ainda o reajuste dos combustíveis. Segundo Mantega, o aumento de 6,6% da gasolina deverá resultar em uma alta de 4,4% dos preços nos postos, devido à mistura com o etanol.

No exterior, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA decepcionou os investidores. O PIB norte-americano caiu 0,1% entre outubro e dezembro de 2012, na comparação com o mesmo período de 2011, bem abaixo da previsão dos economistas de expansão de 1,0%. Trata-se da primeira contração desde 2009. No entanto, a reação negativa não foi tão forte, já que o mesmo relatório mostrou que os gastos com consumo e os investimentos das empresas aumentaram. Além disso, o setor privado dos EUA criou mais vagas do que o esperado em janeiro.

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