Mercados

Juros: DI sobe após ata do Copom destacar compulsório

Segundo especialista, ata não definde se taxa Selic vai subir ou ser mantida em janeiro

A ata da última reunião do Copom foi publicada nesta quinta feira

A ata da última reunião do Copom foi publicada nesta quinta feira

DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 12h04.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros sobem na maioria dos contratos após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária sob o comando de Henrique Meirelles, que destacou os riscos inflacionários e o efeito do aumento do compulsório.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2017 subia 7 pontos, para 12,27 por cento, às 10h58, enquanto o vencimento de janeiro de 2012 recuava 3 pontos-base, para 11,84 por cento

“Olhando de forma geral achei um pouco mais hawkish em relação ao balanço de risco”, disse Marina Santos, economista- chefe da Squanto Investimentos, em entrevista por telefone em São Paulo hoje. “O BC reconheceu os riscos da inflação, atividade e cenário externo, mas ao mesmo tempo falou bastante dos efeitos das medidas macroprudenciais, podendo deixar espaço aberto tanto para alta quanto estabilidade do juro”. Para Marina, o BC deve elevar a Selic em janeiro a não ser que novos dados provoquem uma reversão de cenário.

O Banco Central disse que “ações macroprudenciais podem preceder ações convencionais de política monetária”, segundo comentário da ata da última reunião de política monetária realizada entre os dias 7 e 8 de dezembro e publicada hoje no website da autoridade. Para o BC, há equivalência entre “ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária” e, no entanto, esses instrumentos não são “substitutos perfeitos, pois divergem, entre outros aspectos, no alcance e nos mecanismos de transmissão”.

O BC disse ainda que a política monetária deve se manter especialmente “vigilante para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos”. De acordo com a ata do BC, a inflação está subindo devido a preços de alimentos e bebidas.

O Índice Geral de Preços - 10 subiu 1,27 por cento em dezembro, abaixo da alta de 1,30 por cento apontada na mediana das estimativas da pesquisa Bloomberg. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal avançou 1,06 por cento no período até 15 de dezembro, em linha com as estimativas. Às 11h30, o governo divulga os dados de emprego formal do Caged de novembro.

Os juros nos mercados futuros subiram ontem na maior parte dos contratos negociados, após a divulgação pelo Banco Central do Índice de Atividade Econômica de outubro, que mostrou crescimento da economia.

Medidas para crédito

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem uma série de medidas para estimular o financiamento de longo prazo.

Elas vão desde a redução do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre Lucro Líquido e do Imposto sobre Operações Financeiras até a criação de um fundo para dar maior liquidez ao mercado secundário de títulos da dívida privada. Esse fundo vai ser criado com recursos dos depósitos compulsórios exigidos dos bancos nos depósitos a prazo e vai realizar propostas diárias de compra e venda desses papéis.

O Senado Federal igualou a remuneração paga ao Presidente da República, vice-presidente, ministros e parlamentares. Também reajustou o valor mensal para R$ 26.700 em votação ontem, após o decreto ter passado pela Câmara dos Deputados. Segundo o jornal O Globo, a medida levará a um gasto adicional de R$ 2 bilhões por ano com o efeito cascata do reajuste nos estados.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresCopomEstatísticasIndicadores econômicosJurosSelic

Mais de Mercados

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado

Ação da Netflix tem potencial de subir até 13% com eventos ao vivo, diz BofA

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem