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Juros: DI até outubro de 2012 sobe com IPCA; taxas longas caem

Contratos que vencem a partir de janeiro de 2013 apresentaram queda

Pregão da BM&FBovespa: mercado preocupado com o IPCA em 12 meses acima de 5% (Raul Júnior/VOCÊ S/A)

Pregão da BM&FBovespa: mercado preocupado com o IPCA em 12 meses acima de 5% (Raul Júnior/VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2010 às 10h01.

São Paulo - Os contratos de juros futuros até outubro de 2012 sobem após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de outubro ter superado as estimativas, reforçando a aposta em alta da taxa básica em 2011.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 subia 4 ponto-base, para 11,46 por cento, às 10h45, enquanto o contrato de julho de 2012 subia 1 ponto, para 11,81 por cento. Os contratos que vencem a partir de janeiro de 2013 estavam em queda.

O índice de referência do regime de metas de inflação subiu 0,75 por cento em outubro, acima da mediana das estimativas apontadas em pesquisa Bloomberg, de 0,67 por cento. O dado também superou o resultado de setembro, de 0,45 por cento. O IPCA em 12 meses subiu para 5,2 por cento, ante 4,7 por cento em setembro.

A inflação reforça a previsão do mercado de que o Banco Central terá de subir os juros no começo de 2011, disse Daniel Ribeiro, economista do Credit Suisse Hedging-Griffo, que administra cerca de R$ 45 bilhões em ativos.

“A abertura do IPCA também veio ruim, com núcleos rodando na casa de 0,50 por cento”, disse Ribeiro.

Para se evitar alta de juros “seria preciso uma mudança fiscal muito expressiva, mas isto está longe de ser um fato”, disse Ribeiro.

Para o economista, o recuo dos juros mais longos hoje pode ser atribuído à resposta dada ontem pela equipe de transição da presidente eleita, Dilma Rousseff, assegurando compromisso com a estabilidade.

“Esta resposta ajuda, mas ainda é pouco. São necessárias ações mais afirmativas, concretas”, disse Ribeiro.

Novo governo

Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa da equipe de transição ontem, o governo da presidente eleita manterá os fundamentos da atual política econômica e não tomará medidas que causem “intranquilidade” no mercado. A assessoria disse na nota que essas afirmações foram feitas por Dilma no primeiro pronunciamento à nação em 31 de outubro e na primeira entrevista coletiva na semana passada em Brasília.

O ministro Guido Mantega pode permanecer na Fazenda no governo Dilma, que também avalia a possibilidade de manter os atuais presidentes do BC, Henrique Meirelles, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, disse o Valor Econômico em reportagem publicada hoje.

Os juros nos mercados futuros subiram ontem para a maior taxa desde 30 de setembro nos contratos com vencimento em julho de 2012, que chegaram a 11,80 por cento, enquanto as taxas para contratos que vencem antes dessa data recuaram com a especulação de que a presidente eleita Dilma irá pressionar o BC a cortar o juro básico, o que poderia levar à alta da inflação.

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