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Juros de curto prazo fecham em estabilidade

Cenário foi reforçado depois que Alexandre Tombini reafirmou terça-feira que agirá com a devida "tempestividade" para que a inflação permaneça em queda


	No exterior, o aguardado depoimento de Bernanke ao Congresso dos EUA acabou não dissipando as dúvidas sobre os futuros passos do banco central norte-americano
 (AFP)

No exterior, o aguardado depoimento de Bernanke ao Congresso dos EUA acabou não dissipando as dúvidas sobre os futuros passos do banco central norte-americano (AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2013 às 17h33.

São Paulo - Depois de uma manhã volátil, devido ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) um pouco abaixo das estimativas e ao discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, as taxas futuras de curto prazo terminaram o pregão desta quarta-feira coladas aos ajustes anteriores, com os investidores sustentando as apostas de uma alta de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom).

Esse cenário foi reforçado depois que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou terça-feira que agirá com a devida "tempestividade" para que a inflação permaneça em queda. Os juros longos, no entanto, mostraram alta mais firme, reagindo à possibilidade de o Fed reduzir os estímulos à economia dos EUA nos próximos meses.

Ao término da negociação normal na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (com forte giro de 1.878.760 contratos) marcava 7,53%, igual ao ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (581.495 contratos) apontava 8,13%, também igual a ontem. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (378.325 contratos) indicava 8,55%, de 8,52% na véspera. Entre os longos, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (225.915 contratos) marcava máxima de 9,27%, ante 9,19% ontem, e o DI para janeiro de 2021 (10.625 contratos) estava em 9,93%, de 9,85% no ajuste anterior.

O fato é que, na visão de analistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o IPCA-15 um pouco mais baixo não deve alterar os planos do BC. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a prévia da inflação oficial de maio subiu 0,46%, após alta de 0,51% em abril. O resultado ficou abaixo da mediana encontrada pelo AE Projeções, de 0,49%. Com o número de hoje, o IPCA-15 acumula taxas de 3,06% no ano e de 6,46% em 12 meses até maio.

"O IPCA-15 trouxe pouca informação adicional para além do alívio na difusão, mas indica que não há mudanças na dinâmica de inflação subjacente", disse o ex-diretor do BC e atual sócio da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman, ao se referir à desaceleração do Índice de Difusão, de 68,2% no mês passado para 61,4% agora em maio. Com isso, pela primeira vez desde novembro de 2012, o Índice de Difusão não foi um recorde para o mês.

Ainda no âmbito doméstico, o governo anunciou um corte de R$ 28 bilhões no Orçamento. O número, no entanto, não mudou as perspectivas do mercado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao explicar a reprogramação orçamentária, estimou um superávit primário das contas públicas de 2,4% do PIB. A meta de 3,1% seria atingida com os abatimentos, que podem chegar a R$ 65 bilhões.

No exterior, o aguardado depoimento de Bernanke ao Congresso dos EUA acabou não dissipando as dúvidas sobre os futuros passos do banco central norte-americano. No período da tarde, a ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) acabou garantindo o sinal de baixa para as bolsas, avanço do dólar e dos juros dos Treasuries, o que fez as taxas futuras de juros domésticas de longo prazo firmarem-se em alta definitivamente.

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