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Juros curtos sobem por projeções piores e setor fiscal

Taxas longas, que subiram pela manhã em reação ao cenário e ao aumento da desconfiança de investidores com situação política e econômica, perderam força

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 17h18.

São Paulo - Novamente em meio a negócios reduzidos, as taxas futuras de juros de curto prazo passaram por uma leve alta, enquanto as longas ficaram voláteis e encerraram o pregão desta segunda-feira, 1, perto da estabilidade.

O avanço dos juros projetados pelos vencimentos mais próximos de DI esteve relacionado à piora das expectativas trazida pela pesquisa Focus, do Banco Central (BC), bem como a mais uma manobra para elevar o superávit primário via dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

As taxas longas, que chegaram a subir pela manhã, em reação a esse cenário e ao aumento da desconfiança dos investidores com a situação política e econômica, perderam força e, à tarde, acompanharam a queda dos juros dos Treasuries (títulos da dívida do governo dos Estados Unidos).

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (47.625 contratos) estava em 8,46%, de 8,45% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (175.855 contratos) marcava 8,95%, ante 8,93% na sexta-feira. O vencimento para janeiro de 2015 (208.155 contratos) indicava taxa de 9,90%, ante 9,87%. Na ponta mais longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 (91.900 contratos) apontava 10,99%, ante 11,02% na sexta-feira. O DI para janeiro de 2021 (5.375 contratos) estava em 11,29%, igual ao ajuste anterior.

O mercado repercutiu mais informações pelo lado fiscal. O Ministério da Fazenda criou uma manobra para ajudar a fechar as contas do governo. Desta vez, uma alteração contábil permite o ingresso de dividendos do BNDES no caixa do Tesouro e reforça receitas para cumprir a meta fiscal do ano. Ao mesmo tempo, o mercado aguarda um corte adicional do Orçamento de R$ 15 bilhões. "As informações são dúbias e, no fim das contas, uma anula a outra", disse uma fonte.

Pela manhã, o BC informou que a mediana do relatório Focus para o IPCA de 2014 passou de 5,80% para 5,88%, depois de mais de um mês estável. Para 2013, a estimativa subiu de 5,86% para 5,87%, de acordo com a pesquisa. Por outro lado, os economistas consultados pelo BC elevaram a previsão para a taxa Selic no fim de 2013, de 9,00% para 9,25% ao ano. Para o fim de 2014, a mediana das projeções também subiu de 9,00% para 9,25% ao ano.

Ou seja, mesmo em meio a projeções de que o aperto monetário será mais intenso, os analistas continuam enxergando uma inflação pressionada. No que diz respeito à inflação corrente, o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ficou em 0,35% no encerramento de junho, ante 0,32% na última leitura de maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O IPC-S de junho ficou praticamente em linha com a mediana encontrada pelo AE Projeções, de 0,36%.

No exterior, alguns indicadores norte-americanos garantiram certo bom humor aos negócios, o que influenciou no recuo dos juros dos Treasuries.

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