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Juros curtos caem, mas dólar barra recuo de taxas longas

Como últimos indicadores de atividade mostraram fraqueza, operadores argumentam que o BC pode ser menos incisivo no aperto monetário na reunião de outubro


	BM&FBovespa: ao término da negociação regular na bolsa, taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (230.670 contratos) marcava 8,89%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

BM&FBovespa: ao término da negociação regular na bolsa, taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (230.670 contratos) marcava 8,89% (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2013 às 16h59.

São Paulo - Os juros futuros de curto prazo devolveram um pouco da alta recente e terminaram em queda nesta quarta-feira, diante de um IPCA, índice oficial da inflação no país, em linha com o esperado, e de declarações vindas da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega - ambos reforçaram que os preços estão sob controle.

Além disso, como os últimos indicadores de atividade mostraram fraqueza, operadores argumentam que o Banco Central (BC) pode ser menos incisivo no aperto monetário na reunião de outubro.

Na reta final dos negócios, houve uma aceleração do dólar que apagou o sinal de baixa dos juros mais longos, bem como desacelerou o recuo das taxas curtas. A moeda dos Estados Unidos no mercado à vista de balcão encerrou a R$ 2,310, com valorização de 0,48%.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (230.670 contratos) marcava 8,89%, de 8,91% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (389.155 contratos) indicava taxa de 9,66%, de 9,71%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (178.690 contratos) apontava 10,87%, ante 10,85% na véspera. O DI para janeiro de 2021 (12.835 contratos) estava em 11,27%, de 11,22%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA desacelerou a alta para 0,03% em julho, depois de subir 0,26% em junho, ficando pouco acima da mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (-0,01%). Nos cálculos da Votorantim Corretora, a média dos núcleos desacelerou para 0,27%, de 0,42%, Serviços repetiram a taxa de 0,64% e o índice de difusão passou de 55,34% em junho para 54,95% em julho.

Diante dos números, o ministro da Fazenda afirmou que o indicador cheio veio "muito bom". "Portanto, significa que a inflação sempre esteve sob controle e agora voltou para o patamar normal desta época do ano", disse. Dilma foi na mesma linha. Em entrevista a rádios locais do sul de Minas Gerais, a presidente declarou que o IPCA de julho demonstra uma inflação "bastante sob controle". "A inflação vem sistematicamente caindo", comentou.

Os economistas concordam que a inflação está comportada no curto prazo, mas fazem ponderações quanto ao médio prazo. A economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, avaliou que a desaceleração do IPCA é um fenômeno temporário, pois em agosto a taxa deverá avançar 0,30%. "Neste mês, não deve ocorrer novamente a ajuda de fatores pontuais como ocorreu em julho com os produtos in natura e o transporte público", ponderou.

No exterior, apesar de indicadores melhores na Europa, os temores com a redução dos estímulos à economia dos Estados Unidos continuaram preponderando, o que trouxe certa aversão ao risco.

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