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Juros caem e sobe aposta em Selic de 8% no fim do ano

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 cedia a 7,97%, de 8,07% no ajuste

Apesar do fechamento da curva de juros, os investidores seguem fechados na aposta de que a Selic cairá 0,5 ponto porcentual, para 8,50% (Germano Lüders/EXAME)

Apesar do fechamento da curva de juros, os investidores seguem fechados na aposta de que a Selic cairá 0,5 ponto porcentual, para 8,50% (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 17h13.

São Paulo - O mercado futuro de juros já iniciou o dia com devolução de prêmios e o movimento era atribuído a dados domésticos frágeis, como o comportamento da indústria paulista e o recuo das vendas supermercadistas em abril. Com o passar do dia, porém, rumores de que estaria em estudo no governo a retirada de algumas taxações ao capital estrangeiro explicaram melhor o recuo das taxas. É que, caso isso se confirme, a cotação do dólar seria menos pressionada, o que diminuiria o repasse dos produtos importados para a inflação e abriria espaço para a continuidade do afrouxamento monetário.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (454.595 contratos) cedia a 7,97%, de 8,07% no ajuste. O DI janeiro de 2014 (380.305 contratos) recuava para 8,35%, de 8,51% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (55.425 contratos) estava em 9,56%, de 9,69% ontem, enquanto o DI janeiro de 2021 (4.100 contratos) marcava mínima de 10,10%, ante 10,24% no ajuste.

Apesar do fechamento da curva de juros, os investidores seguem fechados na aposta de que a Selic cairá 0,5 ponto porcentual, para 8,50%, ao término do encontro de quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom). A queda das taxas resultou, de fato, no crescimento das apostas de que haverá um afrouxamento monetário de igual intensidade em julho, o que colocaria a Selic em 8% no fim do ano. Depois do anúncio das medidas de estímulo anunciadas pelo governo na semana passada, as chances maiores estampadas na curva eram de redução de apenas 0,25 pp na reunião seguinte.


Além do possível efeito de um dólar mais ameno, alguns indicadores referentes ao primeiro mês do segundo trimestre apontam para a fraqueza da atividade. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informou que seu Indicador de Nível de Atividade (INA) caiu 0,3% em abril ante março na série com ajuste sazonal e recuou 5,2% sem o ajuste. Essa queda de 5,2% foi a maior para meses de abril desde 2006. Além disso, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) passou de 81,4% em março para 80,9% em abril.

Outro dado que decepcionou foi informado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Segundo a entidade, as vendas dos supermercados em abril subiram apenas 0,19% ante o mesmo mês de 2011 e recuaram 2% ante março deste ano.

Lá fora, o clima também não é dos melhores, mas também não chega a ser negativo. O índice de confiança do consumidor norte-americano, por exemplo, marcou 64,9 em maio, ante 68,7 em abril e 70,3 da previsão dos economistas. Na Europa, a expectativa de que a China anuncie medidas de estímulo à economia sustentaram um leve otimismo nos mercados. Por isso, as bolsas ainda terminaram em alta. Depois do fim dos negócios, no entanto, a informação de que a agência de classificação de risco Egan-Jones cortou o rating soberano da Espanha pela terceira vez em apenas um mês, de BB- para B, levou o euro a testar as mínimas em quase dois anos.

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