Na curva doméstica, a taxa projetada pelo contrato de juros para janeiro de 2013 projetava 7,84% (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2012 às 11h24.
São Paulo - Os contratos futuros de juros aparam parte da alta dos prêmios registrada na terça-feira, repercutindo o clima pesado no exterior que traz queda das commodities, venda de ações e busca pela segurança dos Treasuries e Bunds, com achatamento de prêmios desses papéis.
Na curva doméstica, a taxa projetada pelo contrato de juros para janeiro de 2013 projetava 7,84%, de 7,87% na terça-feira e retornando para perto do 7,81% da segunda-feira. O contrato para janeiro de 2014 estava em 8,37%, de 8,44% no ajuste.
Nas pontas longas, o contrato para janeiro de 2021 indicava 10,33%, de 10,44% no ajuste de terça-feira. Mas os investidores ainda defendem um prêmio acima do nível de 10,11% na segunda-feira, diante da apreensão sobre as consequências para a inflação do rumo do câmbio e das medidas de estímulo anunciadas pelo governo.
No exterior, a esperança sobre o anúncio de medidas concretas no encontro dos chefes de governo dos países da União Europeia em Bruxelas se exauriu e as vendas retornam aos ativos de risco e às commodities. No âmbito doméstico, a atenção aos movimentos do câmbio continua. Mas a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, reafirmou nesta quarta-feira que está disposta a manter sua ajuda à Grécia, contanto que o país mantenha os compromissos assumidos.
A preservação do capital levou os investidores aos títulos alemães e o país conseguiu vender 4,555 bilhões de euros em papéis com vencimento em junho de 2014. O yield (retorno ao investidor) ficou em 0,07%, representando o menor custo de financiamento para a Alemanha em bônus de dois anos, conhecidos como schatz. O papel com cupom (juro nominal) zero atraiu um montante de 7,744 bilhões de euros dos investidores. Com o quadro intricado externo, os Treasuries também guardam capital e o juro projetado no papel de 10 anos cedia a 1,7364% há pouco, de 1,78% na terça-feira.
No mercado de juros, os investidores também seguem atentos ao galope atual do dólar ante o real. A alta da moeda ante o real já anulou a expectativa de que o Banco Central teria habilidade para reduzir a Selic além do parcimonioso 0,50 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana. Mas um recrudescimento maior do clima externo pode afiar a disposição do governo de injetar estímulo adicional para a economia, o que tende a trazer a curva de volta para uma aposta mais forte no corte de 0,75pp da Selic nos próximos dias.
Enquanto o dólar amplia a apreensão sobre as implicações para a inflação futura, os índices de inflação corrente não geram sustos. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ficou em 0,50% na terceira quadrissemana de maio, ante 0,55% no período anterior. Das oito classes de despesas componentes do IPC-S, sete apresentaram desaceleração.