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Juro desaba e sobe chance de Selic cair até em novembro

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava em 7,092%, de 7,19% no ajuste


	Pregão da Bovespa: o DI janeiro de 2021, com giro de 7.690 contratos, apontava 9,56%, ante 9,70% no ajuste
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Pregão da Bovespa: o DI janeiro de 2021, com giro de 7.690 contratos, apontava 9,56%, ante 9,70% no ajuste (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2012 às 18h09.

São Paulo - A melhora do ambiente internacional durante boa parte do dia foi totalmente suplantada por declarações de quinta-feira do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, que fizeram as taxas futuras de juros, sobretudo as curtas e intermediárias, derreterem. Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro em linha com as projeções, ainda que elevado, não trouxe pressão altista às taxas. Os investidores não apenas migraram totalmente para um cenário que contempla mais um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic na próxima semana, como já atribuem alguma possibilidade de o ciclo de afrouxamento se estender também para o encontro de novembro do Comitê de Política Monetária (Copom). Além disso, houve redução significativa das apostas em um avanço da taxa básica no próximo ano.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (1.145.070 contratos) estava em 7,092%, de 7,19% no ajuste. Nesse patamar, a precificação de corte da Selic em outubro é de 0,25 ponto porcentual, para 7,25% ao ano, além de uma aposta residual de 0,10 ponto em mais uma redução em novembro. O número de contratos negociados superou em 198% o movimento de ontem. A taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (924.890 contratos) recuava para 7,39%, ante 7,59% na véspera. Entre os longos, a queda também foi consistente. O DI janeiro de 2017 (154.785 contratos) indicava 8,83%, de 8,99% ontem. O DI janeiro de 2021, com giro de 7.690 contratos, apontava 9,56%, ante 9,70% no ajuste.


Os investidores deram peso à fala de Awazu, muito em linha com as declarações da Fazenda. Na quinta-feira o diretor disse que a economia mundial está passando por um "processo longo e penoso de desalavancagem", relacionada aos desdobramentos da crise internacional. Ainda segundo ele, a perspectiva é de um longo período de "crescimento medíocre" nas principais economias. A LCA Consultores avaliou que os comentários feitos pelo diretor de Assuntos Internacionais do BC deixaram a porta aberta para um corte parcimonioso da Selic na próxima semana. "Podemos inferir da fala de Awazu que ainda há espaço para novo corte do juro básico, mas que teria de ser mais parcimonioso, como indicado na última ata do Copom", ponderam os economistas da consultoria.

Diante desse quadro, a Nomura Securities alterou sua projeção para a Selic de 7,50% para 7,25% no próximo encontro do Copom. A instituição argumentou que a "visão pessimista da situação econômica global atual" apresentada na quinta-feira por Awazu, em seminário na capital paulista, reforça a ideia de que a autoridade monetária dará continuidade ao afrouxamento da Selic neste encontro.

Nos dados desta sexta-feira o IPCA encerrou setembro com alta de 0,57%, ante uma variação positiva de 0,41% em agosto, informou o IBGE. O resultado ficou próximo da mediana das estimativas calculada pelo AE Projeções, de 0,56%. O grupo Alimentação e bebidas registrou uma alta de 1,26% no mês passado, ante 0,88% em agosto, e teve um impacto de 0,30 ponto porcentual no índice cheio.

No exterior, perdurou durante boa parte do dia um sentimento positivo oriundo da queda da taxa de desemprego nos EUA para 7,8% em setembro, ante 8,1% em agosto. O resultado foi melhor do que a previsão dos economistas, de estabilidade em 8,1%. O indicador do mês passado foi o menor desde janeiro de 2009. A criação de vagas em setembro, porém, ficou um pouco abaixo do esperado, em 114 mil vagas, ante expectativa de +118 mil.

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