JSL: companhia conseguiu ampliar o Retorno sobre Capital Investido (ROIC) para 13,7%; era 7,4% no IPO (JSL/Divulgação)
A JSL (JSLG3), empresa de logística do grupo Simpar, viu mais uma vez os juros elevados pesarem na linha financeira e derrubarem o lucro líquido da companhia, que caiu 55% no terceiro trimestre, para R$ 37,4 milhões. Houve, no entanto, melhora sequencial, com crescimento de 22% ante o segundo trimestre, e avanço da robusto de 38% da receita, que somou R$ 1,62 bilhão.
"Nesse trimestre tivemos uma supermelhora. Todos os segmentos foram bem", disse o presidente da companhia, Ramon Alcaraz, em entrevista à EXAME Invest. Alcaraz assumiu o comando da companhia em março de 2021, depois da compra da Fadel. Nesse trimestre, a empresa também começou a enxergar uma estabilidade nos preços dos insumos, como o diesel, o que aliviou, ainda que parcialmente, a linha de custos. "Primeiro trimestre dos últimos três que não tivemos aumentos significativos em insumos", disse acrescentando que a empresa tem buscado aumentar ganhos de eficiência e fazer repasses.
Dois setores se destacaram entre os que a empresa presta serviços, segundo Alacaraz: papel e celulose e alimentos e bebidas. No caso de papel e celulose, a empresa tem registrado crescimento com avanço do setor e ganhos de participação. Já para o segmento de alimentos e bebidas, a expectativa é de mais crescimento nos próximos meses que vão juntar vários eventos numa sequência: Copa do Mundo, Natal e Festas de Fim de Ano e Carnaval, já no início de 2023.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no trimestre alcançou R$ 298,9 milhões, crescimento de 51% em relação ao ano anterior e 19% em relação ao segundo trimestre. A margem Ebitda sobre a chegou a 19%, com expansão de 1,8 ponto percentual sobre mesmo período de 2021.
A companhia conseguiu ampliar o Retorno sobre Capital Investido (ROIC) para 13,7%, 1,4 ponto percentual acima do ano anterior e bastante superior aos 7,4% da época da listagem da bolsa, em 2020. "Com as margens operacionais e ROIC subindo, se vê que a alocação de capital está sendo de forma correta", diz Alacaraz.
A empresa conseguiu avançar na agenda de crescimento, chegando a mais R$ 590 milhões em novos contratos no terceiro trimestre, com prazo médio de 46 meses, sendo 93% deles na base de clientes com novos serviços, o chamado "cross selling". No acumulado do ano, os contratos totalizam R$ 2,7 bilhões.
"Mesmo sendo um dos maiores do mercado, nós somos 2%, 3% do mercado, Ou seja, tem muita empresa pequena e média, que estão com dificuldade gigante de fazer novos investimentos porque não conseguem crédito. Então, parte desses contratos são pela nossa capacidade de investimentos, olhar a longo prazo e fazer financiamentos", diz.
A JSL faz desde a logística interna, de commodities, armazenagem e mesmo distribuição urbana, cuidando da última milha. Desde seu IPO, em 2020, já fez seis aquisições e o crescimento da receita bruta dessas companhias compradas chegou a 40% no terceiro trimestre.
"Seguimos com uma visão de cresciemnto acelerado. Quando fizemos nosso IPO, nosso Ebitda mais que dobrou em dois anos. Quando sua visão é essa, como crescer rapidamente? A gente aposta tanto no crescimento orgânico quanto inorgânico", diz Alcaraz, falando que tem entre quatro e cinco empresas sendo estudadas atualmente. Esse crescimento inorgânico pode vir tanto no mercado nacional quanto no internacional, diz Alcaraz.