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JPMorgan vê impulso para ações com US$ 250 bilhões de fundos

Banco estima que fundos soberanos, de pensão e fundos mútuos vão reequilibrar suas carteiras em favor de ações nas próximas semanas

Os estrategistas do JPMorgan têm dado uma mensagem otimista há meses, uma discrepância num mercado cada vez mais baixista (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

Os estrategistas do JPMorgan têm dado uma mensagem otimista há meses, uma discrepância num mercado cada vez mais baixista (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 23 de maio de 2022 às 17h34.

Última atualização em 23 de maio de 2022 às 17h55.

As maiores gestoras de recursos do mundo parecem prontas a dar um impulso às ações com US$ 250 bilhões em investimentos que podem estimular as compras por fundos quantitativos, segundo projeções do JPMorgan. Isso poderia acrescentar 10% aos valores das ações até o final de junho.O banco estima que fundos soberanos, de pensão e fundos mútuos vão reequilibrar suas carteiras em favor de ações nas próximas semanas para cumprir suas metas de alocação, na maior campanha de reequilíbrio desde o primeiro trimestre de 2020.

As novas alocações podem estimular uma virada para tomada de risco entre os commodity trading advisors, um grupo influente de investidores que buscam tendências e que atualmente têm posicionamento de baixa.

Tudo isso poderia exercer uma influência descomunal sobre os preços das ações no atual clima de baixa liquidez.

“Dada a baixa profundidade do mercado de ações no momento, o impacto cumulativo desse fluxo de reequilíbrio nas ações até o final de junho pode exceder 10%”, disse o estrategista do JPMorgan Nikolaos Panigirtzoglou em entrevista.

O cenário otimista defendido por Panigirtzoglou, um especialista em fluxos de capital de Wall Street, segue a queda das ações americanos para perto de um mercado de baixa na semana passada, com ameaças ao crescimento econômico e a postura hawkish do Federal Reserve gerando temores entre investidores.

Os estrategistas do JPMorgan têm dado uma mensagem otimista há meses, uma discrepância em um mercado cada vez mais baixista. O estrategista do Morgan Stanley, Michael Wilson, avisou segunda-feira que o principal indicador de ações dos EUA pode cair 13% em relação aos níveis atuais em meio a riscos crescentes para a expansão econômica. Participantes de uma pesquisa do blog MLIV da Bloomberg esperam um declínio adicional de 10% em relação ao nível de fechamento de sexta-feira.

O JPMorgan tinha previsto um impulso para os mercados globais de até 10% a partir dos fluxos de reequilíbrio trimestral em março. Embora isso tenha se mostrado excessivamente otimista, o MSCI World Index, registrou um avanço de 2,5%, o único mês de ganhos durante todo o ano.

Os fundos de pensão e soberanos que formam a espinha dorsal da comunidade de investimentos normalmente reequilibram suas exposições de mercado a cada trimestre para voltar às suas alocações de 60% de ações e 40% de títulos.

As quedas nos valores do mercado de ações agora os deixaram aquém de suas metas. Para voltar ao equilíbrio, eles começarão a movimentar cerca de US$ 45 bilhões de títulos para ações até o final do mês, e então transferirão outros US$ 207 bilhões até o final de junho, segundo o banco norte-americano

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