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JHSF dispara 4% e construtoras sobem na bolsa após prévias do 4º tri

Bons resultados operacionais animam investidores, mas analistas lembram que momento é desafiador para segmento de construção

Shopping Cidade Jardim, da JHSF: ação da construtora avança na bolsa após bons resultados no segmento de shoppings | Foto: divulgação (Divulgação/Divulgação)

Shopping Cidade Jardim, da JHSF: ação da construtora avança na bolsa após bons resultados no segmento de shoppings | Foto: divulgação (Divulgação/Divulgação)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 15h38.

Última atualização em 20 de janeiro de 2022 às 18h24.

As ações da JHSF (JHSF3) foram destaque de alta no pregão desta quinta-feira, 20, e avançaram mais de 6% na máxima do dia após a divulgação de sua prévia operacional do quarto trimestre de 2021. 

Líder no setor de alta renda, a construtora apresentou 340,2 milhões de reais em vendas contratadas no último trimestre em sua frente de incorporação. O resultado representou uma queda de 10,1% sobre um ano antes, porém, ficou 28,9% superior ao de 2020. 

Para os analistas do BTG Pactual, já era esperado que a empresa não superasse os números do último ano no segmento residencial. A surpresa positiva veio na frente de hotéis, restaurantes e shoppings. A taxa de ocupação dos hotéis da empresa alcançou 55% no período. Já no segmento de shoppings, a JHSF registrou crescimento de 25,2% nas vendas no trimestre. A empresa encerrou o ano com vendas 22,5% maiores que em 2019, antes da pandemia.

"A JHSF apresentou ótimos resultados no segmento de shopping centers, refletindo novamente o desempenho superior dos varejistas de luxo", afirmam analistas do BTG Pactual em relatório. 

O banco recomenda a compra dos papéis, com preço-alvo de 11 reais – o que representa um potencial de valorização (upside) de 122% em relação ao fechamento da véspera, no qual a ação era negociada a 4,95 reais. 

  • JHSF (JHSF3): + 4,44%.

As ações das construtoras de moradias populares Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3) também avançam, após divulgarem suas respectivas prévias operacionais. 

No caso da Direcional, os analistas do BTG apontam resultados "sólidos", principalmente os vindos da subsidiária Riva, com foco em médio e alto padrão. 

A companhia registrou uma alta em vendas líquidas de 28% no ano contra ano, atingindo um valor geral de vendas (VGV) de 668 milhões de reais no trimestre. Deste montante, 63% é referente ao programa Casa Verde Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida), que reportou alta de 3% na comparação anual. Os 36% restantes  são resultado da Riva, que apresentou um crescimento de 153% no período. 

O preço-alvo para a Direcional é de 10,50 reais, o que representa um upside de 71,4% em relação ao fechamento da véspera, no qual a ação era negociada a 11,16 reais.

  • Direcional (DIRR3): + 8,15%.

No caso da venda, o BTG não vê um destaque positivo nos resultados: os lançamentos caíram 6% em relação ao quarto trimestre de 2020 e as vendas líquidas recuaram 2%. 

Ainda assim, a recomendação também é de compra, considerando o valuation atrativo da ação. O preço-alvo é de 14,47 reais – um upside de 176,4% considerando os 14,82 reais em que a ação era negociada na véspera.

  • Tenda (TEND3): + 7,36%.

Os analistas lembram, no entanto, que o cenário de curto prazo para construtoras de baixa renda é difícil, com altos custos de construção e espaço limitado para preços – o que pressiona as margens das empresas.

A preocupação é compartilhada pela casa de análise Levante. Em nota a clientes, a Levante lembra que mesmo com os bons resultados apresentados pelas companhias, as perspectivas para 2022 são desafiadoras no setor. 

“A conjuntura macroeconômica desfavorável, composta por baixo crescimento, inflação elevada e juros altos, continua a pressionar o setor ao desestimular a aquisição de imóveis diante de preços mais elevados, que refletem o encarecimento dos insumos, e de financiamentos mais onerosos. Nesse contexto, entendemos que as construtoras expostas à classe média são as mais vulneráveis. O segmento de alta renda é mais blindado devido à resiliência econômica desses clientes”, avaliam os analistas.

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