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J&F, dona da JBS, avalia fazer proposta pela Braskem

A empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista está em discussões informais sobre uma oferta que incluiria o pagamento à vista em dinheiro por toda a participação da Novonor SA, maior acionista da Braskem

BRASKEM (Luke Sharrett/Bloomberg)

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Agência de notícias

Publicado em 24 de junho de 2023 às 10h58.

A J&F, holding da gigante de carnes JBS, está avaliando se faz uma proposta para adquirir o controle da produtora brasileira de petroquímicos Braskem SA, segundo pessoas a par do assunto.

A empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista está em discussões informais sobre uma oferta que incluiria o pagamento à vista em dinheiro por toda a participação da Novonor SA, maior acionista da Braskem, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas. A proposta, se apresentada, não incluiria a participação da Petróleo Brasileiro SA, segundo maior acionista na petroquímica, disseram as pessoas.

A J&F há muito cobiça a Braskem, e agora voltou a cogitar uma oferta após dois outros possíveis compradores tornarem públicas suas ofertas nos últimos dois meses. Mas a repentina onda de interesse pode colocar o preço fora da zona de conforto da J&F, disseram as pessoas. A holding estava mais entusiasmada com um negócio quando as ações da Braskem estavam perto de R$ 20 do que agora, quando as ações estão em torno de R$ 30, disse uma das pessoas.

Ao contrário das outras propostas, a oferta que a J&F está contemplando pagaria os credores da Novonor integralmente e em dinheiro, o que seria mais atraente para eles, disseram as pessoas. O preço que a J&F pagaria ainda está em discussão, segundo as pessoas. J&F e a Novonor não quiseram comentar.

A participação de 38,3% da Novonor na Braskem está na mão dos credores, pois essas ações foram usadas como garantia em empréstimos de mais de R$ 14 bilhões que não foram pagos durante um amplo escândalo de corrupção em que a empresa, anteriormente conhecida como Odebrecht, esteve envolvida.

A Novonor vem sendo pressionada por seus credores a vender a participação na Braskem há anos. Em maio, a Apollo Global Management associou-se à Abu Dhabi National Oil em uma oferta pelas ações da empresa petroquímica, incluindo as de propriedade da petrolífera estatal brasileira, conhecida como Petrobras. A oferta ultrapassou R$ 37,5 bilhões, mas com parte significativa em títulos e warrants.

Unipar fez oferta no início do mês

No início deste mês, a petroquímica brasileira Unipar Carbocloro fez uma oferta concorrente de R$ 10 bilhões para adquirir uma participação de 34,4% da Braskem da Novonor, não todos os 38,3%, o que deixaria os bancos ainda expostos ao risco, segundo as pessoas. A proposta também excluía a participação da Petrobras.

A Petrobras tem o direito de preferência em qualquer aquisição, de acordo com um acordo de acionistas, mas não está considerando uma oferta para comprar a Braskem porque não quer absorver a dívida de US$ 9,8 bilhões da empresa em seu balanço, disseram pessoas familiarizadas com o assunto anteriormente. A Petrobras também não quer transformar a Braskem em uma estatal, disseram as pessoas.

O governo brasileiro quer que a Petrobras continue como acionista da Braskem, disse o ministro da Energia, Alexandre Silveira, em evento no Rio de Janeiro em 16 de junho, acrescentando que o Brasil precisa continuar sendo líder no setor. “A indústria petroquímica é estratégica, fundamental para o crescimento do país”, afirmou.

A Petrobras detém uma participação total de 36,1% na Braskem, e de 47% das ações com direito a voto, ante 50,1% da Novonor.

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