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JBS pode desistir de abertura de capital de unidade nos EUA

A maior produtora mundial de carne bovina precisa conseguir estender o vencimento de debêntures conversíveis em ações emitidas em favor do BNDES

Rebanho do JBS, nos Estados Unidos: empresa precisa resolver impasse com o BDNES (John Blake)

Rebanho do JBS, nos Estados Unidos: empresa precisa resolver impasse com o BDNES (John Blake)

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2010 às 06h46.

Nova York - A JBS SA, maior produtora mundial de carne bovina, pode desistir de realizar uma oferta pública inicial de sua unidade norte-americana se conseguir estender o vencimento de debêntures conversíveis em ações emitidas em favor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

A empresa está “em estágio avançado de negociação” para vender R$ 4 bilhões em debêntures de 8,5 por cento ao ano para o BNDES. Esses papéis são “mandatoriamente” conversíveis em ações depois de cinco anos. Se o acordo for fechado, esses títulos substituirão R$ 3,48 bilhões de outras debêntures da JBS detidas pelo BNDES. A operação elimina a necessidade da planejada oferta de ações da JBS USA Holdings Inc., segundo um comunicado enviado ontem à noite para a Comissão de Valores Mobiliários.

A JBS, sob o comando do presidente Joesley Mendonça Batista, controla mais de 10 por cento do mercado mundial de processamento de carne bovina, depois de aquisições como a Swift & Co., em 2007, e duas unidades da Smithfield Foods Inc. em 2008. A empresa, com sede em São Paulo, também comprou a produtora de aves Pilgrim’s Pride em 2009 para diversificar além do negócio de carne bovina. Com a compra da Swift, a JBS tornou- se a terceira maior processadora de carne suína dos Estados Unidos.

A ação da JBS subiu 8,1 por cento na semana passada, para R$ 7,57, contra alta de 0,7 por cento do Ibovespa. A JBS disse que vai converter as debêntures para o BNDES a um preço de R$ 9,50 por ação, segundo o comunicado.

Planos de expansão

A JBS pagou R$ 521,9 milhões ao BNDES para estender a oferta pública inicial da unidade norte-americana até dezembro de 2011, segundo o comunicado. As debêntures vendidas originalmente para o BNDES deveriam ser convertidas em recibos de ações negociados no Brasil, os chamados Brazilian depositary receipts, da unidade norte-americana, caso esta abrisse seu capital até o fim deste ano. Se a oferta de ação não ocorresse, os bônus seriam trocados por ações da controladora, a brasileira JBS SA, até o fim do mês que vem.

A empresa prorrogou duas vezes este ano a abertura de capital da unidade americana, citando condições de mercado.

A JBS tenta estender o vencimento da sua dívida com o BNDES para expandir a rede de distribuição, depois de comprar a Pilgrim’s Pride, com sede no Colorado, e o frigorífico brasileiro Bertin SA.

A empresa americana Sara Lee Corp. rejeitou recentemente uma oferta de compra feita pela JBS por considerar o preço muito baixo, disseram duas pessoas próximas às negociações, que pediram anonimato porque as conversas são privadas.

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