JBS: Ao fim de junho, a companhia tinha uma dívida líquida de R$ 78 bilhões (Chet Strange / Correspondente/Getty Images)
Graziella Valenti
Publicado em 11 de agosto de 2022 às 18h28.
A JBS (JBSS3) encerrou o segundo trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 3,9 bilhões, uma queda de 9,8% na comparação com igual período de 2021. A receita líquida avançou 7,7%, para R$ 92,2 bilhões. Todas as operações tiveram expansão de receita de dois dígitos, com exceção da JBS Beef North America e a JBS USA Pork. Apesar da alta na receita líquida, o lucro bruto recuou 1,8%, para R$ 16,2 bilhões. O Ebitda ajustado caiu 11,5%, ante o segundo trimestre de 2021, e ficou em R$ 10,4 bilhões. Aqui os efeitos negativos das operações americanas pesaram ainda mais.
As quedas de 55% na JBS Beef e de 20,4% na JBS Pork não puderam ser compensadas nem mesmo pelo forte crescimento de 83% no Ebitda da JBS Brasil, de 86,2% na Seara, 44,4% na Pilgrim’s e de 112% na operação da Austrália. É uma medida da relevância desses negócios. Entretanto, como as demais operações crescem em taxas relevantes, ao longo do tempo, a tendência é que pouco a pouco haja uma diluição maior dessas grandes operações nos Estados Unidos.
As despesas financeiras consolidadas, reflexo do cenário de maiores taxas de juros no Brasil e no mundo, subiram 119% e chegaram a R$ 2,5 bilhões, de abril a junho. Apesar disso, uma despesa com impostos muito mais suave do que no segundo trimestre de 2021 (55% menor), ajudou a última linha. Com isso a queda no lucro líquido ficou inferior à redução do Ebitda, mesmo com aumento da despesa financeira.
Ao fim de junho, a JBS tinha uma dívida líquida de R$ 78 bilhões, 17% mais do que a posição de março e 44% acima de junho de 2021. A queda no Ebitda ampliou a alavancagem de 1,36 vez para 1,64 vez na comparação trimestral. Mas ainda assim segue em níveis para lá de saudáveis.