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Japoneses compram dívida turca para evitar taxas no Brasil

A redução da inflação na Turquia e a diminuição da atratividade da dívida brasileira, com a alta de impostos e a desvalorização do real, contribuíram para esse movimento


	Investidores: a quantidade de títulos uridashi emitidos em lira aumentou 72% em 2012, para US$ 3,7 bilhões, o maior nível da história, abaixo apenas dos títulos em dólares australianos
 (Getty Images)

Investidores: a quantidade de títulos uridashi emitidos em lira aumentou 72% em 2012, para US$ 3,7 bilhões, o maior nível da história, abaixo apenas dos títulos em dólares australianos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Entre investidores pessoas físicas, os japoneses foram os que mais compraram dívida da Turquia no ano passado. A redução da inflação na Turquia e a diminuição da atratividade da dívida brasileira, com a alta de impostos e a desvalorização do real, contribuíram para esse movimento.

A quantidade de títulos uridashi emitidos em lira aumentou 72 por cento em 2012, para US$ 3,7 bilhões, o maior nível da história, abaixo apenas dos títulos em dólares australianos, que totalizaram US$ 6,7 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. O volume de dívida em reais diminuiu 27 por cento no ano passado para US$ 3,5 bilhões.

Investidores estrangeiros aumentaram seus ativos em dívida turca para um recorde no ano passado, atraídos por rendimentos médios em torno de 8,4 por cento para títulos de dois anos em moeda local, depois que o país ganhou status de grau de investimento e o banco central usou um corredor de taxa de juros para domar a inflação e o déficit em transações correntes.

Investidores japoneses, apelidados de Senhora Watanabe, já que muitos são donas de casa, se viram motivados a comprar ativos no exterior, inclusive dívida em lira turca, diante de um rendimento de 0,81 por cento dos títulos japoneses de dez anos e de um iene que está se enfraquecendo, segundo o UBS AG.

“A Turquia deu aos investidores uma oportunidade para diversificar em relação à América Latina”, disse Mariya Gancheva, estrategista de mercados emergentes na Mitsubishi UFJ Securities International Plc, em entrevista por telefone de Londres.

O apetite dos investidores japoneses por dívida turca foi estimulado por “medidas talvez não ortodoxas, mas bastante bem sucedidas do banco central para manter tudo sob controle quando a Europa estava sob pressão”, disse ela.

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