Redatora na Exame
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 08h40.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, voltou aos holofotes ao criticar o home office durante uma reunião geral realizada na semana passada em Columbus, Ohio. No entanto, esse foi apenas um dos temas abordados.
Segundo o Business Insider, que teve acesso à gravação do encontro, Dimon também discutiu o impacto da inteligência artificial (IA) nos empregos, a postura dos jovens no mercado de trabalho e a possível extinção da Agência de Proteção Financeira ao Consumidor (CFPB).
Ao ser questionado sobre o avanço da IA no mercado de trabalho, Dimon afirmou que a tecnologia pode eliminar algumas funções, mas que "a rotatividade é sua amiga". Para ele, a IA mudará a dinâmica profissional: em alguns casos, servirá como um copiloto, reduzindo tarefas repetitivas; em outros, poderá substituir totalmente certos empregos.
O CEO ressaltou que não se deve "enfiar a cabeça na areia" diante dessas mudanças, mas sim preparar as pessoas para se anteciparem. “Se há funções que serão substituídas, podemos requalificar e realocar pessoas. Devemos aprender a usar essa tecnologia da melhor forma para nossos clientes.”
Dimon também ironizou a ideia de que os jovens estão ficando para trás no mercado. Segundo ele, isso ocorre porque não se dedicam em tempo integral.
"Quem não está presente no escritório conhece menos pessoas, aprende menos e enfrenta menos desafios. Essas pessoas acabam participando de menos equipes e, consequentemente, têm menos oportunidades de crescimento."
Sobre a possível extinção do CFPB, Dimon afirmou que algumas regras de proteção ao consumidor são importantes, mas classificou a atuação da agência como redundante e burocrática. Ele também criticou o diretor da entidade, Rohit Chopra, chamando-o de "arrogante" e afirmando que suas políticas "pioraram as coisas para muitos americanos".
Na visão do CEO, a regulação deveria focar instituições financeiras não bancárias, como credores de curto prazo, enquanto os bancos já são supervisionados por outras agências. Apesar das críticas, ele disse que o fim do CFPB "não faz diferença" para ele, desde que a regulação seja mantida dentro do sistema bancário tradicional.
"Talvez seja necessário um CFPB para não bancos, pois há setores financeiros pouco regulados. Mas no sistema bancário, os reguladores já acompanham segurança, solidez e boas práticas. O CFPB, no entanto, extrapolou seu papel e mereceu as críticas que recebeu."