Jamie Dimon, CEO do JPMorgan (Jason Alden/Bloomberg/Getty Images)
Redator
Publicado em 19 de julho de 2025 às 07h46.
O banqueiro Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, pediu publicamente que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pare com as ameaças de demissão ao presidente do Fed, Jerome Powell. Trump tem se mostrado irritado com a política de juros implementada por Powell.
Em junho, a última decisão do Federal Reserve manteve os juros entre a faixa de 4,25% e 4,5% ao ano. Para Trump, o patamar ideal seria em torno de 1% (ou menos) ao ano. O republicano ameaçou anunciar um novo presidente do Fed com meses de antecedência.
Em meio ao fogo cruzado entre o governo e o Fed, Dimon disse que é importante que o país mantenha a independência de seu banco central. "O presidente disse que não vai tentar remover Jay Powell", disse Dimon após a divulgação de resultados do JPMorgan. "A independência do Fed é absolutamente crucial, não apenas para o atual presidente do Fed, que eu respeito, mas também para o próximo presidente da autarquia."
O curioso é que Trump foi quem nomeou Powell, em 2017. Hoje, o presidente americano pressiona reiteradamente o chefe do Fed e já chamou-o de "grande perdedor" e "pessoa muito burra e teimosa" em postagens no Truth Social.
A ideia de Trump seria nomear um “presidente-sombra” para a autarquia antes do fim do mandato de Powell. Um dos cotados é o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Outro seria o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett , que disse nesta terça-feira que Trump não quer demitir Powell, mas "certamente" poderá fazê-lo se houver um motivo.
Profissionais do mercado e uma ala dos republicanos alertam que interferir na independência do Fed pode ter consequências para o país e tentam apaziguar o desconforto de Trump com Powell. Uma redução prematura das taxas de juros pelo Fed pode enfraquecer as expectativas de inflação na economia e diminuir a credibilidade do Fed, tornando mais difícil o combate à inflação no futuro.