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JPMorgan abandona pessimismo e vê motivos para investir com a bolsa nas máximas

Banco americano tinha previsão de queda para o S&P 500; índice encerrou o último pregão acima de 5 mil pontos, próximo de nível recorde

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan: banco, que projetava queda do S&P 500 para este ano, agora vê razões para investir com o índice na máxima  (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images)

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan: banco, que projetava queda do S&P 500 para este ano, agora vê razões para investir com o índice na máxima (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images)

Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 16h24.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 16h45.

É comum investidores terem maior cautela em montar ou aumentar alguma posição quando as bolsas estão próximas das máximas. Afinal, toda a valorização passada já não pode ser capturada e ainda há o receio de realizações de lucros gerarem queda de preços no curto prazo, o que acarretaria perdas para o investidor que entrou depois. Apesar dos riscos, o JPMorgan acredita que este pode ser um bom ponto para investir em ações.

Os analistas do banco pontuaram que investir quando o mercado está nas máximas tem gerado retornos sólidos nos Estados Unidos. "Quem investisse no S&P 500 em todas suas máximas históricas dos últimos 50 anos teria obtido um retorno positivo em um ano em 70% das vezes, com um retorno médio de 9,4%. Esse retorno médio seria de 9%, caso o investimento fosse feito a qualquer momento", afirmou  Madison Faller, estrategista global de investimentos do JPMorgan. 

Com o S&P 500 nas máximas de 5 mil pontos, o banco avalia que o pano de fundo é favorável para investir na bolsa americana. Uma inflação de 2% a 3% tende a ser positivo para o lucro das empresas. "Esta temporada de resultados do quarto trimestre deverá marcar um segundo trimestre consecutivo de crescimento, após quase um ano de contração."

Virada de chave?

A visão positiva do banco para o mercado acionário americano, no entanto, é bem diferente da apresentada em seu relatório de perspectivas para 2024, quando estipulou que o S&P 500 fecharia o ano em 4.200 pontos — 16% abaixo do nível atual. Na época, a visão era de que as ações já estariam valorizadas e havia a perspectiva de ventos contrários vindo da macroeconomia, além da expectativa de um crescimento baixo de lucros.

"Sem crise"

Agora, o JPMorgan avalia que os "resultados estelares das grandes empresas de tecnologia mostraram que elas são dignas de seus ralis". O banco ainda considerou que outros setores também estão se juntando ao rali, reforçando que, desde outubro, as ações de empresas menores estão valorizando mais que a média do mercado.

O banco ainda pontuou que não prevê uma crise fiscal nos Estados Unidos, apesar das preocupações de investidores com dívida americana, que está próxima do maior patamar da história, após os incentivos feitos durante a pandemia.

A eleição presidencial, que mais uma vez deve marcar o embate entre o ex-presidente Donald Trump e o atual Joe Biden, tampouco preocupa. Segundo o JPMorgan, independentemente de quem vencer as eleições, as empresas tendem a ter um "sólido impulso de lucros para apoiar os mercados". "No final das contas, os investidores de longo prazo têm um bom histórico quando se trata de lidar com eleições. Afinal, eles acontecem a cada quatro anos. Historicamente, os fatores macro tendem a ser mais importantes."

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