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Itaúsa (ITSA4) aprova mais R$ 1,7 bilhão em JCP; lucro sobre 11% no 2º trimestre

Valor é líquido de imposto de renda; holding distribuiu R$ 2,7 bilhões no primeiro semestre de 2025

 (Itaúsa/Reprodução)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 18h38.

Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 19h17.

A Itaúsa (ITSA4) anunciou pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) no valor líquido (já com desconto de imposto de renda) no total de R$ 2,3 bilhões (R$ 2,7 bilhões bruto). Além dos R$ 553 milhões anunciados em 16 de junho (R$ 650 milhões bruto), a holding anunciou que seu conselho de administração aprovou mais R$ 1,7 bilhão nesta segunda-feira, 11. Esse valor adicional será distribuído a quem tiver papéis da empresa no dia 18 de agosto de 2025.

Assim, os proventos líquidos relativos ao primeiro semestre deste ano somam R$ 2,7 bilhões, ou 25 centavos por ação. Isso representa um crescimento de 47% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os acionistas que mantiveram suas ações durante os últimos 12 meses encerrados em 18 de agosto terão direito ao recebimento de R$ 11,6 bilhões em proventos brutos. Esse valor corresponde a R$ 1,0645 (bruto) por ação, que, quando dividido pelo preço da ação preferencial na data de hoje, resulta em um dividend yield de 9,8%.

Além do Itaú Unibanco, que responde por 37,2% do portfólio da Itaúsa, Dexco, Alpargatas, Motiva (ex-CCR) são as outras investidas da holding listadas na B3. O portfólio tem ainda Aegea, Copa Energia e a transportadora de gás natural Itaúsa.

No primeiro semestre, o Itaú rendeu R$ 2,726 bilhões em proventos líquidos a holding. O setor não financeiro, com remuneração vinda de Aegea e Copa, totalizou R$ 56 milhões.

Balanço da Itaúsa no 2º trimestre de 2025

A Itaúsa registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,037 bilhões no segundo trimestre de 2025. O valor é 11% maior que o registrado um ano antes.

O resultado recorrente proveniente das empresas investidas foi de R$ 4,3 bilhões, crescimento de 11,3% em relação ao ano anterior devido. O desempenho é atribuído ao melhor resultado do Itaú Unibanco, além dos resultados crescentes de Alpargatas e Copa Energia. O setor financeiro cresceu 12% no trimestre e o setor não financeiro apresentou queda de 8% quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

A dívida líquida da holding teve uma redução de 30% nesse mesmo intervalo, para R$ 600 milhões, com um alongamento de prazo e redução de custo médio da ordem de 61 pontos-base, para CDI+1,37%. A Itaúsa atribuiu a melhora no perfil de endividamento ao resgate antecipado das debêntures da 2ª série da 4ª emissão, no valor de R$ 1,25 bilhão.

A Itaúsa encerrou o segundo trimestre com saldo de caixa de R$ 4,260 bilhões, o que representa aumento de R$ 680 milhões em relação ao final do ano passado. Segundo a holding, o desempenho refletiu, principalmente, o recebimento de proventos e também subscrição de ações homologada em maio de 2025, que foram parcialmente compensados com a remuneração do período.

"A nossa prática de distribuição de proventos tem sido, até o momento, repassar integralmente os proventos recebidos do Itaú Unibanco em cada exercício social", ressaltou o comunicado.

O que são juros sobre capital próprio?

Juros sobre o capital próprio (JCP) são uma forma de remuneração das empresas aos seus acionistas, similar aos dividendos, mas com uma estrutura fiscal diferente. O JCP é pago pelas empresas a seus acionistas com base no patrimônio líquido da companhia e é deduzido como despesa operacional para a empresa, o que pode resultar em uma economia de imposto. 

Ou seja, é um mecanismo que permite que a empresa distribua lucros aos seus sócios, reconhecendo o uso do capital investido, sem ser classificado como dividendos.

Qual é a diferença entre juros sobre capital próprio e dividendos?

A principal diferença entre juros sobre capital próprio e dividendos está no tratamento tributário e na origem do pagamento.

  • Juros sobre capital próprio: São considerados uma despesa para a empresa, o que permite que ela deduza esses pagamentos de sua base de cálculo do imposto de renda. Para o acionista, a tributação sobre o JCP ocorre na fonte, com uma alíquota de 15%. Além disso, o JCP é calculado com base no patrimônio líquido da empresa.
  • Dividendos: São distribuídos de acordo com os lucros da empresa e não são dedutíveis para a empresa em termos de imposto de renda. No entanto, os dividendos são isentos de Imposto de Renda para os acionistas, sendo uma distribuição de lucros já tributados pela empresa na apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Juros sobre capital próprio têm imposto de renda?

Sim, os juros sobre o capital próprio estão sujeitos ao Imposto de Renda. Para os acionistas, o valor recebido a título de JCP é tributado na fonte à alíquota de 15%. Isso significa que a empresa realiza a retenção do imposto antes de repassar o valor ao acionista. 

Vale ressaltar que, embora o JCP tenha essa tributação para o acionista, ele oferece uma vantagem para a empresa, pois é dedutível como despesa, resultando em uma redução na base de cálculo do Imposto de Renda corporativo.

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