Petrobras: para o Itaú, estatal deve continuar se beneficiando dos fluxos de recursos que continuam entrando no Brasil (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 16h00.
São Paulo - Os analistas do Itaú Unibanco recomendam a compra das ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras. Eles afirmam que o papel deve continuar se valorizando, beneficiado pelo elevado fluxo de capital estrangeiro para o mercado brasileiro.
Os analistas estimam para as ações um preço justo de R$ 25,00.
Em relatório enviado a clientes, o analista Lucas Tambellini afirma que, apesar da perspectiva de “market perform” (perspectiva de desempenho na média do mercado), a compra das ações da Petrobras faz sentido “por uma perspectiva tática de investimento de curto prazo”.
Para o Itaú, a Petrobras deve continuar se beneficiando dos fluxos de recursos que continuam entrando no Brasil, dado o peso que as ações da estatal têm no Índice Bovespa e o grande volume de negociação diária que esses papéis têm.
“Em setembro, a Bovespa já acumula R$ 1,1 bilhão em entrada de recursos estrangeiros (até dia 5), e esperamos que o movimento continue no curto prazo, à medida que a liquidez nos mercados internacionais segue alta e os principais índices de ações próximos de suas máximas históricas”, diz o relatório.
Na opinião de Tambellini, o investidor estrangeiro continua disposto a correr riscos, o que faz o Brasil continuar no radar.
“Com base nisso, e após um movimento queda do Ibovespa nos últimos pregões, acreditamos que o índice deva voltar a subir no curto prazo, e as ações da Petrobras podem liderar esse movimento de alta, tendo em vista sua liquidez e peso no índice.”
Análise técnica
Segundo o relatório do Itaú, Petrobras PN está em uma região de forte suporte, na casa dos R$ 20,70 por ação. Isso é importante, de acordo com os analistas, para o movimento de alta no curto prazo.
“No médio prazo, o papel também está em tendência de alta”, diz o relatório.
O que pode dar errado
Os riscos dessa estratégia recomendada pelo Itaú têm a ver com o não cumprimento das premissas.
“Um dos riscos é o de não observarmos maiores entradas de recursos estrangeiros na Bovespa, seja por uma melhora rápida na economia dos Estados Unidos, ou por incertezas no ambiente político-econômico brasileiro.”
Além disso, se a Petrobras apresentar quedas na produção, que levem os números abaixo das expectativas, o desempenho da empresa pode ser prejudicado, frustrando o movimento de alta das ações.
Outro risco é o de um movimento brusco de desvalorização do real frente ao dólar. A Petrobras é exposta à importação de combustíveis para suprir a demanda doméstica.
Assim, um real mais fraco frente ao dólar tornaria essa importação mais cara, prejudicando o desempenho da companhia e resultando em queda do papel.
No pregão de hoje, as ações PN da Petrobras tinham alta de 3,39%, negociadas a R$21,66. O Índice Bovespa subia 0,96%, chegando a 58.758 pontos.