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Itaú (ITUB4) sobe 5% com resultado recorde e de 'qualidade'

Aumento da carteira de crédito, inadimplência controlada e índice de eficiência recorde contribuem para a animação do mercado

Itaú (ITUB4) sobe 5% com resultado recorde e de 'qualidade' (Itaú/Divulgação)

Itaú (ITUB4) sobe 5% com resultado recorde e de 'qualidade' (Itaú/Divulgação)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 9 de maio de 2025 às 16h43.

Última atualização em 9 de maio de 2025 às 17h34.

O lucro recorde de R$11,1 bilhões do Itaú (ITUB3;ITUB4) já estava nas contas do mercado.

Mas a qualidade dos resultados surpreendeu os investidores, com a melhora expressiva na carteira de crédito e na inadimplência num trimestre em meio ao aumento da taxa de juros e uma redução nas despesas na instituição, já considerada bastante eficiente.

Neste trimestre, o índice de eficiência – que mede quanto das receitas é consumida por despesas – chegou a 38,1% e 36% considerando só a operação do Brasil, no menor valor da série histórica do banco. Em 2019, o indicador era de 45%.

Na coletiva com os jornalistas que aconteceu nesta sexta-feira, 9, o CEO do Itaú, Milton Maluhy, afirmou que está satisfeito com seus resultados. Questionado sobre a possibilidade de novo pagamento de dividendo extraordinário em cima do resultado de 2025, ele afirmou que “o dividendo não é extraordinário, mas adicional”, e que vai tomar a decisão no fim de 2025.

O presidente mantém o otimismo – e a cautela ao mesmo tempo.

“Vivemos em um ciclo de aperto monetário, e a demanda cai. Nós imaginamos uma desaceleração no PIB em função da restrição monetária, ainda crescendo num patamar bastante sólido. A nossa melhor projeção é para o PIB é entre 2% e 2,2%”, disse o CEO.

Mesmo assim, a estimativa do banco é continuar entregando uma rentabilidade acima de 20%.

De fato, em meio a um cenário já mais incerto, o banco conseguiu uma geração de capital relevante. O Itaú fechou com índice de capital de tier one de 14,7%, superior aos 13,7% do fim do ano passado. Isso a despeito do pagamento de dividendos de R$ 1,1 bilhão referente ao resultado do ano passado feito este ano e implementação de novas regulamentações.

“Novamente, é uma excelente geração de capital. O Itaú conseguiu crescer e atacar todos as mudanças regulatórias que pedem mais capital para o banco", afirmou o presidente.

Aumento da carteira de crédito e inadimplência controlada

O outro destaque do trimestre foi o desempenho da carteira de crédito, que aumentou 13,2% na comparação anual. Na comparação com os últimos três meses de 2024, houve uma queda de 1,7%, mas explicado pela desvalorização cambial, que pesa na carteira internacional.

“Se excluir o efeito da depreciação em relação às outras moedas, a carteira fica praticamente estável”, diz o CFO Gabriel Amado.

O crescimento é maior na pessoa jurídica, atrasam menos o pagamento, do que na pessoa física. Nesse último segmento, o aumento da carteira está em produtos com garantias do que nos produtos de crédito clean.

O CEO do Itaú destaca que o banco continua com uma tendência bastante positiva na qualidade de crédito.

“Isso é o trabalho de vários anos que o banco faz em gestão de risco, com todas as discussões de de-risking da nossa carteira. Isso continua rendendo frutos para a gente.”, relata Amado.

Em relação ao atraso de 15 a 90 dias, há uma alta de 0,20 ponto percentual devido aos efeitos sazonais, um momento de maior carga financeira no primeiro trimestre para as famílias. Esse caminho “virtuoso” permanece também na categoria acima de 90 dias, que está em 3,6%.

Mais 'cuidadoso' no consignado privado

Sobre o consignado privado, o Itaú mantém o otimismo cauteloso. "Estamos positivo, mas cuidadosos. A iniciativa é fantástica e a gente vê com ótimos olhos. Mas temos visto um apetite inicial maior do que o nosso por parte de alguns players", disse Maluhy.

Hoje, o banco tem R$ 12 bilhões no consignado privado 'antigo' – em que os convênios eram negociados com convênios fechados empresa a empresa. É um market share de 30% do total do produto.

Agora, o objetivo do banco é migrar os clientes que estão neste consignado ou no crédito pessoal, especialmente com taxas mais altas para o consignado privado com taxas mais baixas. “Mantém o endividamento, mas reduz o valor das parcelas, o que melhora a inadimplência das famílias.”

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