Invest

Itaú controla inadimplência e lucra mais que Bradesco e Santander juntos no 1º tri

Maior banco do país fica dentro das expectativas de resultado, mas surpreende no controle da inadimplência

Capacidade de gestão de risco é o diferencial do banco na visão do CEO Milton Maluhy Filho (Itaú/Wikimedia Commons)

Capacidade de gestão de risco é o diferencial do banco na visão do CEO Milton Maluhy Filho (Itaú/Wikimedia Commons)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 8 de maio de 2023 às 16h41.

Última atualização em 10 de maio de 2023 às 08h02.

O Itaú (ITUB4) aprofundou a distância que abriu em relação a seus pares privados e registrou um lucro líquido de R$ 8,43 bilhões no primeiro trimestre – mais que os resultados de Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) somados. Apesar de robusto, o lucro veio em linha com o esperado por analistas. A grande surpresa no caso do Itaú foi a qualidade da carteira de crédito, que também é um dos principais diferenciais em relação à concorrência.

A inadimplência do banco ficou estável na comparação trimestral, em 2,9% – a menor entre os pares e a única a não registrar tendência de alta. As duas linhas de maior pressão para os bancos – pessoas físicas e pequenas e médias empresas – também ficaram sob controle no trimestre do Itaú. 

O índice de calotes para pessoas físicas ficou estável na comparação trimestral, em 4,9%, enquanto o de micro, pequenas e médias empresas teve leve queda de 2,4% para 2,3%. A título de comparação, no caso do Bradesco, a inadimplência disparou para a casa dos 6% nas duas vertentes.

A expectativa é de que a estabilidade continue, com a possibilidade de alguma variação pequena. Porém, para além do resultado em si, a previsibilidade é um diferencial na visão do CEO do banco, Milton Maluhy Filho

“Já vínhamos antecipando há alguns trimestres que o atraso acima de 90 dias se estabilizaria justamente agora, o que mostra que a nossa capacidade de gestão de crédito – com utilização constante de dados – tem mostrado resultado não só pela qualidade dos números mas também pela previsibilidade”, disse o CEO em coletiva com jornalistas nesta manhã.

Os números provam a capacidade de gestão de risco do Itaú em ambientes adversos no cenário macroeconômico, argumentou Maluhy. Atualmente a taxa básica de juro, a Selic, está em 13,75% ao ano, o que tem prejudicado a concessão e a tomada de crédito e, consequentemente, impactado o resultado dos bancos. O Itaú, no entanto, tem atravessado a crise à frente dos pares. “Nossa capacidade de gestão de risco nos permite performar e ter resultados sólidos em momentos mais difíceis”, avaliou o CEO.

Veja também

Acompanhe tudo sobre:ItaúBancosBalançosInadimplência

Mais de Invest

Qual a diferença entre herdeiros necessários e testamentários?

Mercado pressiona Fed por novo corte de 50 na próxima reunião

Quais são os documentos necessários para fazer um inventário extrajudicial?

Petrobras bate recorde de investidores, mesmo com queda de CPFs na B3