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Itaú BBA (ITUB4) recomenda compra de ações da Petrobras (PETR3)

Segundo o Itaú BBA, uma possível mudança na política de preços da Petrobras pode ter impactos consideráveis sobre o balanço da empresa, mas é um cenário improvável

Petrobras (PETR3) (Ueslei Marcelino/Reuters)

Petrobras (PETR3) (Ueslei Marcelino/Reuters)

O Itaú BBA (ITUB4) retomou a cobertura da Petrobras (PETR3; PETR4), nesta segunda-feira, 27, com recomendação de compra para os papéis da estatal petrolífera.

Segundo os analistas do Itaú BBA, o preço-alvo da Petrobras é de R$ 43 para as ações preferenciais (PETR4) e de US$16,4 para os ADRs (PRB).

Hoje as ações preferenciais da Petrobras estão cotadas em R$ 27,88, enquanto as ordinárias em R$ 30,67.

Segundo o Itaú BBA, uma possível mudança na política de preços da Petrobras pode ter impactos consideráveis sobre o balanço da empresa, especialmente se uma política de preços baseada no custo de produção avançar.

Os analistas consideram que volatilidade de curto prazo relacionada à guerra na Ucrânia poderia trazer alguma pressão adicional sobre o papel da empresa.

Entretanto, por outro lado, a atual combinação sem precedentes de preços do petróleo, alta no diferencial de juros e taxa de câmbio, juntamente com um ambiente pré-eleitoral volátil, está atuando como um teste de estresse robusto da capacidade da Petrobras de eventualmente atingir a paridade internacional.

O relatório do Itaú BBA é otimista, indicando a provável acomodação dos preços internacionais no médio prazo que poderia facilitar para a Petrobras manter os preços alinhados com as cotações internacionais.

Isso deixaria bastante improvável mudanças mais extremas na política de preços.

Petrobras (PETR3) deveria priorizar investimentos e expandir capacidade de refinarias

Para a equipe de analistas do Itaú BBA, a Petrobras deveria

  • priorizar investimentos para expandir a capacidade de hidrotratamento de suas refinarias existentes;
  • perseguir uma estratégia de adição de capacidade inferior à demanda, a fim de evitar efeitos negativos de excesso de oferta e ativos subutilizados;
  • manter o plano de desinvestimento de refino.

"Apesar de sermos sensíveis ao fluxo intenso de notícias sobre a empresa, ajustamos nossas lentes para focar nos fortes fundamentos da empresa e no sólido desempenho operacional”, salientou o relatório, indicando como esses fatores, junto com a alta das cotações do petróleo em nível internacional, “provavelmente resultarão em geração de fluxo de caixa forte demais para ser ignorada, especialmente no curto prazo”.

Segundo os analistas do Itaú BBA, a Petrobras está negociando em múltiplos de valor da firma e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EV/Ebitda) “atraentes”: 2,0 vezes para 2022 e 2,1 vezes para 2023.

Isso implicaria um aumento de 63% em relação ao preço-alvo indicado pelo próprio banco no último relatório disponibilizado sobre a petrolífera.

Com o preço atual das ações tão descontado, os analistas acham possível acomodar até mesmo cenários muito extremos para a empresa, considerados, de todas as formas, "improváveis".

Por último, o relatório do Itaú BBA pontua como cenários agressivos de transição energética trazem riscos para a demanda por combustíveis fósseis no longo prazo. Com isso, dependendo da capacidade de adaptação da Petrobras, essa tendência poderia prejudicar as perspectivas de crescimento da empresa.

"Uma análise de sensibilidade do valor justo da Petrobras para diferentes cenários de crescimento da perpetuidade mostra que ainda vemos vantagens para a Petrobras mesmo em cenários de queda no crescimento da perpetuidade", conclui o relatório.

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