Mercados

Itália e Espanha superam teste no mercado de dívida

Os dois países conseguiram sucesso na primeira venda de títulos de 2012

O Tesouro italiano colocou 12 bilhões de euros em bônus a curto prazo (Philippe Huguen/AFP)

O Tesouro italiano colocou 12 bilhões de euros em bônus a curto prazo (Philippe Huguen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 15h43.

MIlão - Itália e Espanha superaram nesta quinta-feira com êxito seu primeiro teste do ano nos mercados da dívida, pouco antes da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter sua principal taxa a 1%, ao mesmo tempo em que prosseguem as negociações entre Grécia e seus credores privados.

O Tesouro italiano colocou 12 bilhões de euros em bônus a curto prazo, o máximo previsto, anunciaram fontes oficiais, num momento em que o país se esforça para sanear suas finanças públicas.

As taxas de juros a um ano caíram a 2,735%, contra os 5,952% registrados durante o último leilão de bônus na Itália, realizado em 12 de dezembro.

A Itália captou 8,5 bilhões com títulos a um ano e outros 3,5 bilhões com dívida a 136 dias, graças à elevada demanda que alcançou cerca de 19 bilhões de euros.

A primeira emissão do ano de títulos do Estado da Itália foi um sucesso, razão pela qual a Bolsa de Milão reagiu positivamente, subindo de 2,65% às 10H30 GMT (08H30 de Brasília).

A Itália conquistou assim seu objetivo de captar 12 bilhões de dívida no curto prazo, apesar de uma nova ameaça da agência Fitch de degradar a solvência do país.

Junto com a Itália, a Espanha iniciou nesta quinta-feira as emissões de dívida previstas em 2012. A Espanha colocou 9,986 bilhões de euros em bônus e duplicou sua meta.

Graças a uma demanda muito grande (18,7 bilhões), a Espanha aproveitou para emitir mais obrigações das previstas a 3, 4 e 5 anos, a taxas mais vantajosas que nas emissões anteriores, escalonadas de 3,384% a 3,912%, em comparação com 4,871% a 4,848% nas últimas operações similares.


Inicialmente, o Tesouro queria captar entre 4 e 5 bilhões de euros, mas havia advertido que se tratava de uma gama "indicativa", que podia ser "modificada em função das condições do mercado".

Trata-se da primeira emissão de obrigações deste ano para a Espanha, mas também da primeira desde que o novo governo de direita de Mariano Rajoy assumiu o poder, em 22 de dezembro.

Os resultados dos leilões são examinados com lupa, já que servirão de termômetro para saber como os mercados valorizam os ajustes decididos pelos governos de ambos os países e, em particular, da Espanha, com o novo executivo do conservador Mariano Rajoy.

As principais bolsas europeias, por sua vez, fecharam de lado nesta quinta-feira, com Londres e Paris registrando ligeiras perdas, enquanto Frankfurt e Milão encerraram em alta e Madri estável.

Os pregões europeus foram debilitados pelo retrocesso de Wall Street e pelas estatísticas americanas decepcionantes, que comprometeram o êxito das operações de emissão da dívida na Itália e na Espanha, e também pela reunião do Banco Central Europeu (BCE), que decidiu manter a taxa básica de juros em 1%.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 dos principais valores perdeu 0,15% para fechar aos 5.662,42 pontos.

O principal índice da Bolsa de Paris, o CAC 40, perdeu 0,15% e fechou aos 3.199,98 pontos.

O DAX da Bolsa de Frankfurt registrou alta de 0,44%, aos 6.179,21 pontos. Em Madrid, o Ibex 35, fechou com a mesma pontuação da véspera, aos 8.427,00 pontos, depois de ter subido ao longo da maior parte da sessão. Em Milão, o FTSE Mib subiu 2,09%, para terminar aos 15.192,79 pontos.

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