Prédio do IRB Brasil (IRBR3) (IRB Brasil/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 2 de setembro de 2022 às 08h53.
Última atualização em 2 de setembro de 2022 às 09h20.
O IRB Brasil (IRBR3) levantou R$ 1,2 bilhão em follow-on realizado para cumprir as exigências de capital mínimo da Superintendência de Seguros Privados, a Susep. O preço por ação saiu a R$ 1, 29% abaixo da cotação do último fechamento, quando os papéis fecharam na mínima histórica de R$ 1,40. A oferta foi restrita a investidores profissionais.
A companhia encerrou o segundo trimestre com apenas 64% do capital mínimo requerido pelas exigências regulatórios de R$ 613,8 milhões. O aumento de capital de até R$ 1,2 bilhão, no entanto, foi aprovado em assembleia em maio, antes mesmo do fim do período e da divulgação do resultado ao mercado, em meados de agosto.
O desconto da oferta seria ainda maior se não fossem as quedas dos últimos pregões. As ações do IRB acumulam desvalorização de 32% em cinco pregões e de 65% desde o início do ano. A depreciação em relação aos níveis pré-pandemia supera 95%.
O mercado acredita que ainda há espaço para as ações caírem mais. O IRB é a empresa com o maior volume de apostas contra. São 341,9 milhões de ações alugadas, segundo o TradeMap, para montagem de posições vendidas, em que o lucro está na queda dos papéis. A taxa de paga pelo aluguel das ações, dada o tamanho da demanda, chegou a 69% ao ano às vésperas do follow-on.
As apostas de queda são tão grandes, que chegaram a estourar o limite definido pela B3 de 25% do free float em empréstimos de ações, levando a bolsa a conceder uma regra de exceção para o caso, estendo o máximo permitido para 30% no fim de agosto. A proporção de ações do IRB alugadas, segundo a plataforma do TradeMap, já correspondia, até terça-feira, a 27% do free float.