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IPOs frustram e 1º trimestre termina sem emissões no Brasil

Ao contrário das fortes expectativas, nenhuma oferta inicial de ações foi concretizada no mercado local no primeiro trimestre de 2018

PagSeguro Digital: levantou US$ 2,3 bilhões em janeiro na bolsa em Nova York (NYSE/Reprodução)

PagSeguro Digital: levantou US$ 2,3 bilhões em janeiro na bolsa em Nova York (NYSE/Reprodução)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 1 de abril de 2018 às 08h35.

Última atualização em 1 de abril de 2018 às 08h35.

São Paulo - Ao contrário das fortes expectativas, nenhuma oferta inicial de ações foi concretizada no mercado local no primeiro trimestre de 2018 - e ainda vieram dois cancelamentos.

Depois da alta no volume de IPOs de 2017, a previsão era de que o ritmo firme fosse mantido, já que o calendário eleitoral imporia a concentração das operações nos primeiros meses do ano.

PagSeguro Digital levantou US$ 2,3 bilhões em janeiro, mas em Nova York, e não na bolsa brasileira. Ao mesmo tempo, Blau Farmacêutica e Ri Happy adiaram ofertas já anunciadas, alegando condições de mercado e preços desfavoráveis. E nada mais aconteceu. Os cancelamentos também aconteceram na Argentina, onde pelo menos quatro IPOs enfrentaram problemas este ano.

As perspectivas para os próximos meses também não parecem mais tão promissoras, algo que pode ser medido pela saída de capital estrangeiro da bolsa brasileira. “A janela de oportunidade que tínhamos até o final do ano passado ainda continuou até início de fevereiro, com forte ingresso de capital estrangeiro em bolsa”, diz Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.

Em março, o saldo de recursos estrangeiros em ações na B3 está negativo em R$ 5,45 bilhões até o dia 26 do mês, de acordo com dados compilados pela B3, o que reverteu o saldo no acumulado do ano para valor negativo de R$ 134,4 milhões.

"Em 2018, não vamos ter tantas janelas como tivemos em 2017, é um ano mais complexo internamente e externamente. Estamos cautelosamente otimistas, ainda há ofertas no pipeline, mas vai ser menor que 2017 em número de ofertas e em volume", diz Sergio Goldstein, presidente do comitê de finanças corporativas da Anbima.

Para Suzaki, a volatilidade no exterior pode acabar reduzindo o ímpeto para investimentos em ativos de risco, com busca pela segurança em meio a preocupações também com ambiente geopolítico global. “Já no doméstico, o ambiente político com definição pelo STF da questão Lula e ainda de maiores definições em torno das candidaturas tendem a ser o balizador para o próximo mês.”

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