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IPO da XP quer levantar US$ 1,5 bilhão e dar espaço a investidor local

Corretora diz que vai usar os recursos para expandir seus negócios atuais, fazer aquisições e iniciar novos segmentos

XP assumiu a posição número um no trading de ações no Brasil este ano, superando a corretora do UBS, segundo dados compilados pela Bloomberg. (Germano Lüders/Exame)

XP assumiu a posição número um no trading de ações no Brasil este ano, superando a corretora do UBS, segundo dados compilados pela Bloomberg. (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 27 de novembro de 2019 às 14h30.

Última atualização em 27 de novembro de 2019 às 15h30.

A XP Inc, maior corretora do Brasil por volume de trading de ações, e alguns de seus acionistas pretendem levantar cerca de US$ 1,5 bilhão na Nasdaq na maior oferta pública inicial de ações (IPO) de empresas brasileiras este ano, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Os acionistas General Atlantic LLC e Dynamo VC Adminstradora de Recursos Ltda, com uma participação conjunta de cerca de 20%, pretendem vender, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas, pois os detalhes da transação ainda não foram divulgados.

Os sócio-gestores da XP, no veículo XP Controle, com cerca de 30%, também planejam vender, disseram as pessoas, enquanto o Itaú Unibanco Holding SA não alienará sua participação de 49,9%. A ideia é fazer a transação no início de dezembro, disseram as fontes.

A XP tem como objetivo obter um valor de US$ 12 bilhões a US$ 15 bilhões na oferta, com múltiplos semelhantes à média da Charles Schwab Corporation, a maior corretora dos EUA, desde seu IPO: cerca de 30 vezes o lucro, segundo as pessoas. Isso daria à empresa um valor de mercado próximo ao do Banco BTG Pactual, de US$ 14,5 bilhões.

A ideia é dar mais espaço aos fundos brasileiros que possuem veículos nos EUA do que o aberto nos IPOs da Pagseguro Digital Ltd ou StoneCo Ltd, porque agora esses fundos compreendem e aceitam melhor os múltiplos nos EUA, segundo as fontes.

O plano de vender uma participação não superior a 12,5% é deixar demanda não atendida para que os preços tenham um desempenho melhor após o IPO, segundo as pessoas. A XP tem os fundos de ações como seus parceiros e quer que eles tenham uma performance positiva e sua oferta pode ajudar nisso, disseram as pessoas.

O XP e o Itaú não quiseram comentar. A Dynamo e a General Atlantic não responderam a pedidos de comentários.

A XP, que registrou lucro de R$ 699 milhões nos primeiros nove meses de 2019, entrou com um pedido de IPO na Nasdaq em 15 de novembro e disse que contratou o Goldman Sachs Inc., o JPMorgan Chase, o Morgan Stanley, o Banco Itaú BBA SA e a XP Investimentos como coordenadores globais da oferta. O UBS, o Bank of America, o Credit Suisse e o Citigroup participam da transação. Nenhuma faixa de preço foi divulgada.

A empresa tem mais de 1,5 milhão em clientes e R$ 350 bilhões em ativos sob custódia, segundo o documento. A XP disse que vai usar os recursos do IPO para crescer seus negócios atuais, fazer aquisições e iniciar novos negócios, como banco digital, pagamentos e seguros.

A XP assumiu a posição número um no trading de ações no Brasil este ano, superando a corretora do UBS, segundo dados compilados pela Bloomberg. A XP movimentou R$ 972 bilhões em valor bruto este ano até 25 de novembro, enquanto o UBS girou R$ 714,79 bilhões, mostram os dados. A XP também possui as corretoras Clear e Rico, que adicionam R$ 247 bilhões ao total da empresa. A corretora recebeu uma licença bancária no ano passado e planeja se tornar um banco completo.

A XP planeja uma estrutura de ações de classe dupla, na qual as ações de classe B oferecem aos acionistas 10 vezes os direitos de voto das ações classe A que serão vendidas na oferta. As ações de classe B não serão vendidas.

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