A seguradora do Banco do Brasil deve estrear na próxima segunda-feira na Bolsa com valor de mercado de cerca de R$ 34 bilhões, conforme cálculos de fonte próxima à operação (Pedro Zambarda/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - A BB Seguridade, braço de seguros do Banco do Brasil, conseguiu captar até R$ 11,475 bilhões com a sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). As ações foram precificadas em R$ 17,00, um pouco acima do centro da faixa inicialmente proposta, de R$ 15,00 a R$ 18,00.
Foram registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 675 milhões ações, equivalente aos lotes principal, suplementar e adicional. Caso o lote suplementar não seja exercido em até 30 dias, a oferta pode ser reduzida em R$ 2,975 bilhões. O prazo de exercício do lote suplementar começa hoje e termina em 31 de maio.
A seguradora do Banco do Brasil deve estrear na próxima segunda-feira na Bolsa com valor de mercado de cerca de R$ 34 bilhões, conforme cálculos de fonte próxima à operação.
Trata-se da maior abertura de capital da bolsa desde 2009, quando o espanhol Santander levantou cerca de R$ 14 bilhões. As ações da BB Seguridade serão negociadas no Novo Mercado, o nível mais alto de governança corporativa da BM&FBovespa.
O sucesso da operação já era esperado pelo mercado. Além do interesse dos investidores estrangeiros, com destaque para os asiáticos, o IPO da BB Seguridade contou com o reforço da rede de agências do Banco do Brasil na distribuição dos papéis.
Desde a quarta-feira, 24, fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, ressaltavam a elevada procura de pessoas físicas pela oferta, o que deve ter ocasionado um "grande" rateio para este público.
Foi inclusive a pressa de alguns gerentes, conforme fontes, em vender os papéis da BB Seguridade aos seus clientes que causou a suspensão do IPO por dois dias uma vez que o material publicitário não tinha passado pelo crivo da CVM. Mas, como já era esperado pelo mercado, o imprevisto não teve impacto no interesse dos investidores.
A demanda do mercado é explicada, segundo especialistas, não só pelo fato de a BB Seguridade ter administração mista, privada e governamental uma vez que tem o Banco do Brasil como acionista controlador, mas por atuar num segmento que cresce dois dígitos por ano.
Em 2012, o mercado de seguros totalizou quase R$ 157 bilhões em prêmios, crescimento de 21,3% ante o exercício anterior, conforme dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
"O mercado estava muito carente de uma operação como a da BB Seguridade e precisando de uma operação que, na verdade, balizasse a sua reabertura e o retorno dos estrangeiros. A BB Seguridade deve puxar a fila das demais empresas", avaliou Edemir Pinto, diretor-presidente da BM&FBovespa, em entrevista ao Broadcast, na semana passada.
Conforme executivos com conhecimento no assunto, a demanda pelo IPO da BB Seguridade chegou a 3 vezes a oferta, sendo boa parte das ordens do piso da faixa indicativa para cima. Cogitou-se, inclusive, fechar a operação na ponta mais alta do intervalo do preço sugerido.
Porém, a estratégia pode ter sido, conforme fontes, a mesma do BTG Pactual quando abriu seu capital na bolsa há cerca de um ano: garantir uma boa estreia segunda-feira (29) no pregão da bolsa brasileira.
A BB Seguridade, constituída como subsidiária integral do BB em dezembro último, terminou o ano passado com patrimônio líquido total de R$ 5,638 bilhões. Os coordenadores do IPO da seguradora foram o BB Investimentos (líder), JPMorgan, Bradesco BBI, Itaú BBA, BTG Pactual, Citi, Brasil Plural e Banco Votorantim.