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IPCA no Brasil e abismo fiscal nos EUA em destaque na semana

Mercados estarão olhando também para a Grécia e para os dados da produção industrial brasileira


	Barack Obama tenta entrar em acordo com o Congresso para resolver o abismo fiscal
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Barack Obama tenta entrar em acordo com o Congresso para resolver o abismo fiscal (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2012 às 14h00.

São Paulo - A indefinição do abismo fiscal nos EUA, os desdobramentos da dívida grega e a divulgação do IPCA e da produção industrial do Brasil estarão com a atenção dos mercados nesta semana. 

Brasil

Segundo o economista Leandro Padulla, da MCM Consultores, o Boletim Focus de segunda-feira, dia 3, deve vir com uma revisão das estimativas do PIB brasileiro para esse ano e para o próximo, visto o decepcionante resultado trimestral apresentado hoje.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira que o PIB do Brasil subiu 0,6% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o trimestre anterior. O número veio abaixo do esperado pelo mercado. O Itaú Unibanco, com uma projeção em linha com o consenso de mercado, esperava alta de 1,2% ante o segundo trimestre, e de 1,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2011.

Na terça-feira, o IBGE divulga sua Pesquisa Industrial Mensal. “Deve vir um dado mais forte, mostrando uma recuperação do tombo de setembro”, diz Leandro. O economista projeta um crescimento de 1,2% (no mês anterior houve queda de 1%). 

A semana termina com a divulgação do IPCA. Na previsão dos economistas da MCM, o índice deve vir com alta de 0,50% em relação ao mês anterior. O IPCA de novembro deve ceder na comparação com outubro em virtude basicamente do arrefecimento do aumento dos alimentos, já que os demais grupos que compõem o indicador irão se movimentar na direção contrária. 

Dólar

Eduardo Velho, economista chefe da corretora Planner, acredita que o dólar vai continuar pressionado na próxima semana, mas que não haverá uma nova mudança de banda. “O câmbio vai subir um pouco, mas acredito que o Banco Central brasileiro vai voltar a atuar no mercado para impedir uma mudança de patamar”, afirma.

Estados Unidos

Nos EUA o foco continua na questão do abismo fiscal. Na semana passada o governo apresentou sua proposta ao Congresso americano, em busca de um acordo. 


A proposta do Executivo inclui um aumento de 1,6 trilhão de dólares em receita pelo aumento de impostos durante a próxima década (atingindo principalmente as classes sociais mais altas), com um plano de investimentos e estímulo de 50 bilhões de dólares. 

Segundo Velho, a negociação que estava caminhando bem, provavelmente vai voltar à estaca zero na semana que vem, já que os republicanos são totalmente contra esse projeto. 

“Acredito que terá algum acordo entre os partidos e eles vão acabar optando por distribuir os cortes ao longo dos próximos três anos”, afirma o economista. Com essa incerteza, as bolsas americanas devem estar avessas ao risco nas próximas semanas – assim como todas as outras bolsas do mundo, inclusive a brasileira, no aguardo de uma definição.

Grécia

Na Europa, as atenções continuam voltadas à Grécia. O Parlamento alemão aprovou na sexta-feira com uma clara maioria o terceiro pacote de ajuda para a Grécia, que foi anunciado por autoridades europeias no começo desta semana, garantindo o apoio de um dos principais credores de Atenas à liberação de uma parcela de empréstimos de quase 44 bilhões de euros. No entanto, a crise grega ainda terá novos capítulos à frente, como a operação de recompra de dívida proposta pelo governo do país, cujos detalhes podem ser anunciados na segunda-feira. 

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