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Investir nas maiores empresas do mundo, com valor acessível e menos imposto? Conheça o ETF irlandês

ETFs de UCIT chegam ao varejo e plataformas de investimento direto no exterior, prometendo dividendos e vantagens sucessórias

Outra vantagem do UCITS ETFs considerável é a isenção de impostos como o State Tax, que incide sobre transferências de ativos após a morte do investidor nos Estados Unidos, podendo chegar a 40% (Getty Images)

Outra vantagem do UCITS ETFs considerável é a isenção de impostos como o State Tax, que incide sobre transferências de ativos após a morte do investidor nos Estados Unidos, podendo chegar a 40% (Getty Images)

Publicado em 16 de julho de 2025 às 08h00.

Última atualização em 16 de julho de 2025 às 09h26.

Os últimos dados da B3 mostram que mais de meio milhão de brasileiros já investem em ETFs. Esse é um mercado que cresceu mais de cinco vezes em cinco anos e que movimenta uma média de R$ 1,4 bilhão por dia.

Natural que a oferta desses fundos, que replicam índices do mercado acionário e permitem acessar grandes empresas por uma fração do que seria investido nelas diretamente, também esteja em expansão.

O cardápio acompanha as tendências e oferece opções cada vez menos óbvias, que exploram diferentes geografias.

A última fronteira, nesse sentido, são os  fundos UCITs, sigla em inglês para Organismos de Investimento Coletivo em Valores Mobiliários. O nome não é dos mais populares no Brasil, mas já é conhecido por investidores institucionais que procuram diversificação no exterior, com vantagens tributárias, e estão mais familiarizados com o mercado europeu.

Geralmente domiciliados na Irlanda ou em Luxemburgo, as cotas dos fundos UCITs são negociadas em bolsas da Europa e não muito tempo atrás eram bem pouco acessíveis ao investidor brasileiro, principalmente no varejo.

Mas desde o último mês de maio, já há exposição a esse tipo de investimento pelo home broker, via ETF. A gestora Investo, junto com o Grupo Primo, de Thiago Nigro, lançou o GPUS11, de um fundo UCIT irlandês, que por sua vez espelha o S&P 500 - o desempenho das 500 maiores empresas dos Estados Unidos, como Apple, Nvidia, Amazon, Meta e Berkshire Hathaway.

Mas por que não investir diretamente em um ETF desse índice americano? O pulo do gato do UCIT está justamente aí. Nesse tipo de investimento, o imposto retido na fonte sobre dividendos é de 15%, metade dos 30% que incidem sobre proventos pagos diretamente pelas empresas americanas aos estrangeiros.

E como o objetivo do ETF da Investo é justamente ter um produto  de distribuição, "dividendeiro", com menos imposto para atrair clientes, isso fez toda a diferença.

"Hoje temos cerca de cinco mil clientes nesse ETF e o fundo já está com mais de R$ 120 milhões sob gestão, em pouco mais de um mês de lançamento", explica Cauê Mançanares, fundador e CEO da Investo.

A cota foi lançada a R$ 100 e até o fechamento desta terça-feira, 15, estava sendo negociada próximo dos R$ 105.

Na Avenue, que acaba de disponibilizar 30 ETFs de UCIT em sua plataforma de investimentos no exterior, o intuito, inicialmente, é aproveitar um outro benefício desse tipo de ativo: a isenção do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), popularmente conhecido como "imposto de herança".

Esse tributo pode chegar a 40% em investimentos feitos diretamente nos Estados Unidos. O produto da Avenue é de acumulação - reinveste o lucro em vez de distribuí-lo - por isso visa o investidor de longo prazo e com alto patrimônio, em busca de vantagens sucessórias.

"Nos Estados Unidos, os ETFs são obrigados a distribuir dividendos, qualquer tipo de lucro obtido com o fundo. No caso dos UCITs, você pode acumular e reinvestir, sem tributação. Isso traz uma vantagem enorme em relação a um investimento em um ETF americano, principalmente em um período maior de tempo", afirma Alexandre Artmann, diretor de operações da Avenue.

Ao contrário do ETF da Investo, os fundos UCITs da Avenue são investimentos diretos no exterior, em dólar, e por esse motivo estão disponíveis apenas na plataforma da empresa para clientes brasileiros.

"Parte da nossa curadoria inicial foi disponibilizar só UCITs em dólar e negociados na bolsa de Londres. É um desafio executar e fazer toda a parte de custódia de um ativo que está fora dos Estados Unidos, custodiado na Europa", explica Artmann.

O horário de negociação dos ETFs UCIT vai seguir o pregão londrino, começando às quatro horas da manhã, pelo horário de Brasília, pelo aplicativo da Avenue, fechando meio dia e trinta. O investidor vai ter de acordar cedo, ao menos por enquanto.

“Vai ser um pouco diferente dos outros produtos da plataforma, que negociam no horário americano. Mas estamos vendo soluções para estender isso e disponibilizar os ETFs no mesmo horário dos Estados Unidos.”

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