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Investir na SpaceX com pouco dinheiro? Startup dos EUA quer tornar isso possível

Republic lança tokens digitais que replicam o desempenho das ações privadas da SpaceX, mas proposta levanta dúvidas legais

Publicado em 26 de junho de 2025 às 13h47.

Última atualização em 26 de junho de 2025 às 13h52.

A startup americana Republic anunciou um plano ambicioso: permitir que pequenos investidores apostem no desempenho da SpaceX, empresa de foguetes do bilionário Elon Musk, por meio da compra de tokens digitais. A proposta é oferecer um produto que espelha a valorização das ações da companhia, que não são negociadas em bolsa, sem que o investidor tenha, de fato, participação societária.

A venda dos tokens começa nesta semana e promete democratizar o acesso a empresas de capital fechado que, hoje, estão fora do alcance da maioria dos investidores. O investimento mínimo será de apenas US$ 50, e o teto, de US$ 5 mil. Tradicionalmente, esse mercado exige aportes de pelo menos US$ 10 mil e está restrito a investidores qualificados.

A operação da Republic se apoia em uma brecha prevista na legislação americana que permite a emissão de certos tipos de valores mobiliários por empresas privadas para captação de até US$ 5 milhões por ano junto ao público geral. A empresa possui autorização da SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA) para operar com base nessa regulamentação.

Se a SpaceX for vendida ou abrir capital, os detentores dos tokens receberão a valorização das ações subjacentes. A Republic afirma que manterá algum tipo de exposição às ações reais da SpaceX para garantir essa correlação, mas os compradores dos tokens não serão considerados acionistas e não terão acesso aos dados financeiros da empresa.

Especialistas apontam riscos elevados e questionam a legalidade da operação. Não está claro, por exemplo, se a SpaceX aprovaria o uso de seu nome e desempenho em um produto financeiro que ela mesma não controla.

Além disso, os tokens podem chamar a atenção dos reguladores, como já aconteceu com a Binance em 2021, quando a corretora lançou tokens lastreados em ações da Tesla e de outras empresas americanas. Na época, a empresa teve que suspender a oferta após alertas de autoridades de diversos países.

Apesar das incertezas, o CEO da Republic, Kendrick Nguyen, afirma estar confiante na legalidade da iniciativa, mas admite que “os reguladores podem ter uma visão diferente”. Ele também disse que o projeto pode ser expandido para outras empresas de tecnologia de alto impacto, como OpenAI e Anthropic.

A ideia da empresa é que os tokens possam ser negociados após um ano de posse, por meio da INX, plataforma de negociação alternativa que está em processo de aquisição pela Republic.

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