Invest

Investimentos em energia terão que dobrar até o fim da próxima década, projeta BlackRock

Gestora americana projeta que maior uso de inteligência artificial e transição para economia de baixo carbono deverão impulsionar projetos de infraestrutura

Transmissão de energia: BlackRock projeta aumento de demanda por maior uso de IA (zhengzaishuru/Getty Images)

Transmissão de energia: BlackRock projeta aumento de demanda por maior uso de IA (zhengzaishuru/Getty Images)

Publicado em 25 de junho de 2024 às 14h57.

A ascensão da inteligência artificial e a transição para uma economia de baixo carbono deverão demandar ainda mais projetos de infraestrutura nos próximos anos, segundo a BlackRock. A gestora americana estima que os investimentos globais em energia deverão crescer do atual patamar de US$ 2,2 trilhões ao ano para US$ 3,5 trilhões até 2030 e para US$ 4,5 trilhões até a década de 2040.

"Acreditamos que a classe de ativos de infraestrutura, atualmente avaliada em US$ 1 trilhão, deverá se tornar um dos segmentos de crescimento mais rápido nos mercados", afirma a BlackRock em relatório.

Parte da tese tem como base uma pesquisa de Alex de Vries publicada na 'Jaules', que estima que, em média, o uso de inteligência artificial generativa demanda cerca de 10 vezes mais energia do que o uso de veículos de busca convencionais. Segundo a Agência Internacional de Energia, IA e novas tecnologias deverão aumentar o consumo de energia por data centers de 460 terawatt/hora para até 1.000 TWh em 2026, equivalente ao consumo de energia de todo o Japão.

No Reino Unido, a empresa National Grid afirmou que a demanda por energia dos data centers do país irá crescer seis vezes nos próximos 10 anos. "À medida que a tecnologia continua a avançar, a necessidade de uma infraestrutura extensa e confiável continuará a crescer, apresentando novas e potencialmente recompensadoras oportunidades para os investidores", afirma a BlackRock.

Devido aos altos níveis de endividamento dos governos, no entanto, a previsão da BlackRock é que grande parte desses investimentos tenha que ser financiada pela iniciativa privada. É aí onde surgem as oportunidades de investimento.

Oportunidades

"A transformação no financiamento de infraestrutura é evidente. Um amplo espectro de ativos, desde aeroportos até ferrovias e sistemas de água, agora se enquadra nesse modelo de gestão privatizada, abrindo novas avenidas de investimento e destacando o papel crucial do capital no desenvolvimento da infraestrutura."

A BlackRock ainda ressalta que os investimentos em infraestrutura servem como proteção contra a inflação, devido aos contratos reajustados com base em índices inflacionários. "Em momentos como estes, a infraestrutura pode ser uma âncora nos portfólios. Além disso, oferecem um potencial de crescimento substancial impulsionado por políticas energéticas globais e pela crescente demanda dos consumidores por soluções de baixo carbono. A transformação digital ressalta ainda mais a importância do investimento em infraestrutura."

Diante da perspectiva de maior demanda, os investimentos em empresas de infraestrutura têm crescido nos Estados Unidos. No ano atual, o ETF IDU, composto por empresas de serviços públicos dos Estados Unidos, acumula alta de 13%. A principal empresa do ETF é a Nextera Energy, que já subiu 18% em 2024. A empresa, focada em energia renovável, planeja investir US$ 12 bilhões nos próximos anos no desenvolvimento de energia solar e mais US$ 1,5 bilhão em projetos de armazenamento de bateria.

"A natureza da energia eólica e solar cria novas oportunidades no armazenamento de energia. Este é um mercado que deverá crescer 15 vezes entre 2021 e 2030. A oportunidade se estende aos recursos minerais necessários para construir arranjos solares, turbinas eólicas e baterias em escala de rede", afirma a BlackRock.

Acompanhe tudo sobre:BlackRockEnergia

Mais de Invest

Ibovespa cai e dólar sobe após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Receita Federal atualiza declaração de bens para viajante; veja o que muda

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off