Investimento em títulos fica mais atrativo com subida da taxa de juros (Getty Images/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 25 de fevereiro de 2023 às 09h28.
Investidores têm trocado apostas em ações e dinheiro por títulos, enquanto se posicionam para o risco de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) siga com sua política de aperto monetário. A análise é dos estrategistas do Bank of America (BofA).
Fundos de ações globais perderam US$ 7 bilhões na semana até 22 de fevereiro, enquanto US$ 3,8 bilhões deixaram posições alocadas fundos de caixa, de acordo com nota do banco, que cita dados da EPFR Global. Com US$ 4,9 bilhões, títulos atraíram fundos pela oitava semana consecutiva, no período de entradas mais longo desde novembro de 2021, segundo a equipe liderada por Michael Hartnett.
O mercado acionário dos EUA acumula perdas nas últimas três semanas. Os sinais de inflação persistente aumentam temores de que o Fed possa mirar taxas de juros mais altas por mais tempo. A primeira queda trimestral dos lucros corporativos desde 2020 também esfria a demanda por ativos de risco, e estrategistas de mercado de Wall Street, entre eles Michael Wilson, do Morgan Stanley, alertaram que as bolsas podem enfrentar fortes perdas nos próximos meses.
Hartnett, do Bank of America, reiterou sua visão de que o S&P 500 pode cair para 3.800 pontos até 8 de março, nível mais de 5% abaixo do fechamento mais recente. A previsão do estrategista é sustentada por expectativas de que um crescimento resiliente no primeiro semestre coincida com juros mais elevados e conduza a uma desaceleração econômica mais acentuada no segundo semestre.
Em contraste com a tendência geral, clientes privados do BofA fizeram as maiores alocações em renda variável em oito semanas.
Entre regiões, fundos de ações de mercados emergentes atraíram entradas de US$ 2,1 bilhões na semana, enquanto ações dos EUA enfrentaram resgates pela terceira semana seguida, de US$ 9 bilhões. Investidores também retomaram os resgates nos fundos europeus. Por estilo, ações do segmento de valor nos EUA e de empresas de pequena capitalização receberam fundos, enquanto fundos de ações de crescimento e de grande capitalização registraram saídas. Energia liderou as entradas entre os setores, enquanto matérias-primas e finanças tiveram os maiores resgates.