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Investidores repensam papel de títulos, techs e ESG após pandemia

Com o turbulento ano de 2020 chegando ao fim, investidores globais destacaram algumas de suas conclusões para investidores

Bolsa de Valores de Nova York: alguns gigantes de Wall Street recomendam que investidores assumam uma postura pró-risco para se adaptarem às mudanças (Lucas Jackson/Reuters)

Bolsa de Valores de Nova York: alguns gigantes de Wall Street recomendam que investidores assumam uma postura pró-risco para se adaptarem às mudanças (Lucas Jackson/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 16h11.

Última atualização em 28 de dezembro de 2020 às 17h26.

Este foi um ano como nenhum outro. Com o impacto de uma crise de saúde sem precedentes, os índices de ações globais entraram em mercado baixista em ritmo recorde e depois subiram para novas máximas graças aos estímulos dos bancos centrais. Rendimentos de títulos despencaram para níveis sem precedentes e a moeda de reserva mundial atingiu recorde, mas depois recuou para o menor nível em mais de dois anos.

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Com o turbulento ano de 2020 chegando ao fim, investidores globais destacaram algumas de suas conclusões para investidores:

Repense o papel dos títulos nas carteiras

O enorme estímulo distribuído por bancos centrais globais quando os mercados despencaram em março levou a um exemplo de ruptura no que há muito tempo tem sido uma correlação negativa entre ações e títulos. O rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de dez anos aumentou de 0,3% para 1% em uma semana e, simultaneamente, os mercados de ações continuaram a cair.

Agora, à medida que investidores enfrentam juros mais baixos por mais tempo, mesmo com a aceleração do crescimento, surgem dúvidas se títulos públicos de mercados desenvolvidos podem continuar a oferecer proteção e diversificação, bem como a saciar investidores que buscam ganhos de renda. Há também um debate sobre a tradicional política de investimento de colocar 60% dos fundos em ações e 40% em títulos, ainda que a estratégia tenha se mostrado resiliente durante o ano.

Alguns gigantes de Wall Street recomendam que investidores assumam uma postura pró-risco para se adaptarem às mudanças no papel dos títulos. Entre eles, o BlackRock Investment Institute aconselhou investidores a apostar em ações e títulos de alto rendimento, de acordo com relatório publicado no início de dezembro.

Ações de tecnologia

A alta vertiginosa deste ano das ações de tecnologia ofereceu aos investidores uma oportunidade única. Quem ficou de fora da onda que beneficiou as tendências de ficar em casa e digitalização da pandemia provavelmente vai perceber que seus portfólios estão aquém dos índices de referência. As dez principais empresas dos Estados Unidos que mais contribuíram com os ganhos do índice S&P 500 neste ano são todas ações relacionadas à tecnologia, desde a pioneira em computação em nuvem Amazon.com até fabricante de chips NVIDIA.

Mesmo com uma pequena pausa em novembro, quando resultados positivos de ensaios de vacinas contra a covid-19 estimularam uma rotação para ações cíclicas defasadas, a tecnologia terminou como o setor de melhor desempenho na Ásia e na Europa. Os adeptos da estratégia de valor viram múltiplas largadas queimadas ao longo do ano, pois investidores apostaram que esse grupo de ações, marcado pelo baixo preço e composto em grande parte por nomes sensíveis aos ciclos econômicos, finalmente decolariam. Ficaram desapontados.

Aposta no ESG

Os ativos relacionados aos critérios ambientais, sociais e de governança, ou ESG, conseguiram desempenho superior em muitos segmentos do mercado durante a volatilidade, provando que os céticos estavam errados. Por exemplo, o índice FTSE de ações globais com envolvimento significativo em mercados ambientais acumula alta de 35% neste ano, superando o indicador de referência global de ações em mais de 20 pontos percentuais.

Na verdade, a pandemia gerou grandes fluxos de produtos relacionados ao ESG. Fundos globais que investem ou adotam estratégias relacionadas à energia limpa, mudança climáticas e ESG aumentaram seus ativos sob gestão em cerca de 32% na comparação anual, para um novo recorde  1,82 trilhão de dólares em 2020, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

(Com a colaboração de Zijing Wu e Sunil Jagtiani)

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