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Investidores mostram maior nível de pessimismo com o dólar desde 2006

Pesquisa do BofA mostra que 61% dos entrevistados esperam uma desvalorização da moeda americana nos próximos 12 meses

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Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 16 de abril de 2025 às 10h42.

O pessimismo com o dólar atingiu o maior nível em quase 20 anos, segundo a pesquisa global com gestores do Bank of America. Ao todo, 61% dos entrevistados esperam uma desvalorização da moeda americana nos próximos 12 meses — o maior percentual desde maio de 2006.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, acumula queda de 8,3% no ano. A aversão ao dólar ganhou força após o presidente Donald Trump anunciar o tarifaço contra parceiros comerciais dos Estados Unidos. Nos dias seguintes ao anúncio, em 2 de abril, mais de US$ 5 trilhões foram varridos do valor de mercado do índice S&P 500.

A pesquisa do BofA também apontou um movimento recorde de saída de investidores da bolsa americana. Um saldo líquido de 53% dos gestores pretende reduzir a exposição a ações dos EUA, enquanto o ouro voltou ao topo das apostas, superando as gigantes de tecnologia conhecidas como as “Sete Magníficas”.

Os investidores estão passando por uma crise de confiança nos Estados Unidos. “O problema é que, a qualquer momento, pode surgir uma manchete da Casa Branca que nos deixe em situação pior ou melhor que a de agora", resumiu ao Financial Times o chefe global de renda variável de um grande banco europeu.

A tolerância ao risco caiu ao menor nível em dois anos. Os gestores estão preferindo ativos defensivos, como caixa, títulos públicos e ações de setores como saúde e energia.

As expectativas para a economia global também caíram. Cerca de 80% dos entrevistados esperam um crescimento mais fraco nos próximos 12 meses. Apenas dois meses atrás, os entrevistados estavam igualmente divididos sobre a direção da economia global.

A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 10 de abril com 164 participantes, que acumulam US$ 386 bilhões sob gestão.

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