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Investidores fogem da China temendo mais riscos que ganhos

A questão central é o que pode acontecer em um país disposto a se desdobrar para alcançar os objetivos de seu líder

China: A escala e a velocidade das sanções impostas à Rússia forçaram a repensar o posicionamento do ocidente em relação à China (Jason Lee/Reuters)

China: A escala e a velocidade das sanções impostas à Rússia forçaram a repensar o posicionamento do ocidente em relação à China (Jason Lee/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 19 de abril de 2022 às 07h59.

Última atualização em 19 de abril de 2022 às 08h00.

Por Sofia Horta e Costa e Tania Chen, da Bloomberg

Uma lista crescente de riscos está transformando a China em uma potencial encrenca para investidores globais.

A questão central é o que pode acontecer em um país disposto a se desdobrar para alcançar os objetivos de seu líder. A amizade do presidente Xi Jinping com o líder russo Vladimir Putin tornou os investidores mais desconfiados da China, e uma narrativa de homem forte ganha impulso à medida que o Partido Comunista persegue obstinadamente uma estratégia Covid-Zero e campanhas imprevisíveis para regular indústrias inteiras.

Com isso, alguns investidores internacionais estão achando uma alocação agressiva na China cada vez mais difícil de sustentar. As saídas dos mercados de ações, títulos e fundos do país se aceleraram após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e o fundo soberano da Noruega de US$ 1,3 trilhão rejeitou uma gigante chinesa de roupas esportivas devido a preocupações sobre abusos de direitos humanos.

Os fundos de private equity em dólar que investem na China levantaram apenas US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre - o valor mais baixo desde 2018 para o mesmo período. Na segunda-feira, dados econômicos melhores que o esperado suscitaram dúvidas de analistas que apontaram inconsistências com estatísticas alternativas que pintam um quadro mais sombrio da economia.

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A escala e a velocidade das sanções impostas à Rússia forçaram a repensar o posicionamento do ocidente em relação à China, de acordo com Simon Edelsten da Artemis Investment Management. Sua equipe na gestora de recursos de US$ 37 bilhões vendeu todos os seus investimentos na China no ano passado após as intervenções de Pequim em listagens de alto perfil como Didi Global e Ant Group, dizendo que tais movimentos ameaçavam os direitos dos acionistas.

A retórica mais assertiva da China em torno de Hong Kong e as reivindicações de soberania no Mar do Sul da China também deixaram a equipe de investimentos desconfortável, disse Edelsten.

“Os fatores políticos e de governança devem agora definir um tom cauteloso, especialmente para compromissos de longo prazo”, disse Edelsten, acrescentando que as medidas europeias tomadas contra a Rússia mostram que fortes laços comerciais não são garantia de segurança diplomática.

“A invasão da Ucrânia aumenta muito esses riscos e nossos fundos provavelmente permanecerão com um peso muito baixo na China por alguns anos”, acrescentou.

Brendan Ahern, diretor de investimentos da Krane Funds Advisors, descreve “venda indiscriminada e insensível ao preço” de ações chinesas por investidores internacionais no último ano.

As ações regulatórias de Pequim “pareceram um ataque às empresas mais respeitadas e amplamente controladas por estrangeiros”, disse ele, enquanto as sanções à Rússia levantaram a preocupação de que o mesmo possa acontecer com a China. Sua empresa - que administra fundos negociados em bolsa com foco na China - está substituindo ações chinesas listadas nos EUA por aquelas negociadas em Hong Kong para reduzir o risco.

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